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I Encontro Internacional de CORDOFONES DA UFRJ


A Escola de Música promove de 14 a 18 de setembro o l Encontro Internacional de Cordofones da UFRJ. A iniciativa do Núcleo de Pesquisa ACORDE, do Departamento de Instrumento de Arco e Cordas Dedilhadas, incorpora os já tradicionais Festival Internacional de Violão, em sua quinta edição, e o Momento Rio Bandolim, em sua terceira edição.

O termo cordofone designa, na conhecida classificação Hornbostel-Sachs, uma das quatro classes de instrumentos musicais, cuja fonte primária de som é a vibração de uma corda tensionada quando beliscada, percutida ou friccionada.

Com apoio do Consulado do México, Instituto Cervantes e Centro Cultural Justiça Federal, o Encontro Internacional reúne pesquisadores e artistas do México, Colômbia, Peru, França e Brasil. Palestras, mesas-redondas, recitais, oficinas e concertos são gratuitos.

A organização está a cargo dos professores Bartholomeu Wiese, Marcus Ferrer, Paulo Sá e Celso Ramalho.

Destaques

Convidado especial, o compositor Ricardo Tacuchian discute as "Novas Vozes dos Cordofones" na abertura do evento, dia 14, às 12h30, no Instituto Cervantes. No dia seguinte, o professor Léo Soares, também convidado especial, fala na Sala da Congregação, às 15h, sobre a "Relação entre a técnica e a interpretação".

No dia 16, às 10h, Andrea Carneiro de Souza revisita o "Projeto Viola Instrumental Brasileira" e, às 15h, Humberto Amorim, Márcia Taborda e Ricardo Dias debatem as "Perspectivas histórico-musicais de cordofones no Brasil", com mediação de Hugo Farias.

"Aspectos harmônicos e composicionais dos cordofones na criação musical" é o tema da última mesa-redonda, dia 17, às 15h, com Fábio Adour, Mário Silva e Cyro Delvizio, e mediação de Fernando Duarte.

Baixe aqui o folder com a programação completa do evento.

Recitais e concertos

Sob regência de Ernani Aguiar os Violoncelos da UFRJ se apresentam dia 14, às 15h, na Sala da Congregação. O grupo, que tem a direção musical de Marcus Ribeiro, executa peças de compositores brasileiros. Participações especiais de Veruschka Mainhard, Glenda Carvalho, Flávia Chagas, Fábio Coelho, Hudson Lima e Gretel Paganini.

As atrações nacionais incluem ainda apresentações do conjunto Música Surda (formado por Andréia Pedroso, Artur Gouvea, Antonio Jardim, Eduardo Gatto e Celso Ramalho), do Trio Madeira Brasil e dos músicos Luiz Carlos Barbieri, Adamo Prince, Paulo Cesar Botelho, Vicente Paschoal, Fábio Neves, entre outros.

Os estudantes não ficaram de fora da programação. Dia 14, o Trio Shambala, formado por alundos de violão da UFRJ, abre o concerto de viola do professor Marcus Ferrer, às 13h, no Instituto Cervantes. Dia 15, na Sala da Congregação, alunos da UFRJ e da UniRIO fazem um recital de violão.

Dia 17 é a vez do Quarteto Quartinho, integrado por alunos da UFRJ e UniRio. O grupo inicia o concerto da Camerata Dedilhada da UFRJ, composta pelos professores Paulo Sá, Henrique Cazes, Marcus Ferrer, Celso Ramalho, Bartholomeu Wiese e Marcello Gonçalves, no Instituto Cervantes às 13h. As professoras Wanda Eichbauer e Cristina Braga organizaram um recital de alunos de harpa da EM, dia 18, no Salão Leopoldo Miguez. No mesmo dia, alunos e professores da AMC (Associação do Movimento dos Compositores da Baixada Fluminense) e o Conjunto de Cordas Dedilhadas do CEFET/RJ, formado por docentes e servidores da instituição, sobem ao palco do Salão.





Atrações internacionais

O Encontro está cheio também de atrações internacionais. O violonista colombiano José Valencia, mestrando do PPGM-UniRio, e o peruano Sérgio Valdeos fazem um recital-palestra no Instituto Cervantes, dia 14. O tema é o bambuco, ritmo colombiano e suas interfaces com o choro. No dia seguinte, Francisco Gil, violonista e professor do Conservatório de Música do Estado do México, se apresentará na Sala de Sessões do Centro Cultural Justiça Federal. Na quarta-feira, Elodie Bouny, conceituada violonista francesa e professora da EM, se apresenta na Sala de Sessões do Centro Cultural da Justiça Federal.

Um concerto da Orquestra Mariachi Juvenil Tecalitlán, do México encerra o evento, dia 18, às 19h, no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música. O grupo oferece ainda oficinas com intuito de familiarizar músicos brasileiros com o gênero folclórico mexicano.

Descrição: estrela SERVIÇO
Escola de Música da UFRJ, Rua do Passeio, 98 – Lapa. Instituto Cervantes, Rua Visconde de Ouro Preto, 62 – Botafogo. Centro Cultural da Justiça Federal, Avenida Rio Branco, 241 – Centro.


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Doença e morte de Ernesto Nazareth

Última foto de Ernesto Nazareth, extraída de seu prontuário médico (fotógrafo não identificado).
Coleção Maestro Mozart de Araújo – Centro Cultural Banco do Brasil.

...A julgar pelas informações disponíveis, Nazareth foi acometido por uma forma grave de neurossífilis – a “taboparalisia” ou “sífilis maligna quaternária” –, acompanhada de grave perturbação do estado mental, razão de ser de sua internação, em 10 de julho de 1932, no Pavilhão Guinle do Hospício (Hospital) Nacional de Alienados (antigo Hospício de D. Pedro II), situado na Praia Vermelha (antiga Praia da Saudade).² Ao que tudo indica, o diagnóstico foi firmado a partir da análise do liquor (líquido cefalorraquidiano). Vale assinalar que, quando de sua internação, o compositor já apresentava surdez avançada, manifestação clínica descrita em casos de neurossífilis.
                                                        
A sífilis é uma doença infecciosa, sexualmente transmissível, causada por uma bactéria de configuração helicoide, o Treponema pallidum. No Brasil, sua alta prevalência, na primeira metade do século XX, pode ser ilustrada pelas palavras do historiador Tobias Barreto que, referindo-se em O Jornal (20/1/1927) aos “três agentes destruidores da sociedade brasileira”, menciona a sífilis, o cupim e a formiga, que destruíam, respectivamente, o homem, a casa e a terra. É forçoso reconhecer, porém, que, em face da elevada prevalência da doença, bem como do caráter variado de suas manifestações clínicas, comuns a outras afecções, os médicos, de forma até certo ponto justificável, tendiam a pensar “sifiliticamente”, não obstante incorressem no risco de, equivocadamente, formular o diagnóstico de neurossífilis em pacientes não contaminados pelo Treponema pallidum, mas acometidos por distúrbios neuropsiquiátricos os mais diversos. Seja como for, mesmo em face do diagnóstico correto, os tratamentos antissifilíticos utilizados naquela época eram por demais agressivos, baseando-se na administração de medicamentos à base de arsênio – Salvarsan (606), introduzido em 1910, e seu sucedâneo menos tóxico, Neosalvarsan (914), introduzido em 1912 – e, particularmente nos casos de neurossífilis, na malarioterapia, visto que a penicilinoterapia tornar-se-ia disponível somente na primeira metade dos anos 1940.

A malarioterapia – tratamento de uma doença por intermédio de outra – foi introduzida, em 1917, pelo médico austríaco Julius Wagner-Jauregg (1857-1940) que, por sua descoberta, auferiu, em 1927, o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina. A técnica consistia na inoculação, em portadores de neurossífilis, de sangue contendo um dos microrganismos causadores da malária, preferencialmente, por sua menor virulência, o protozoário da espécie Plasmodium vivax, agente causal da “febre terçã benigna”. Com base nos resultados de estudos experimentais, segundo os quais o Treponema pallidumnão resiste a altas temperaturas, admitia-se que os acessos febris resultantes da inoculação doPlasmodium vivax seriam capazes de destruí-lo, a ponto de promover a cura do mal. Após um certo número de acessos febris, o paciente era medicado com o quinino, fármaco antimalárico de reconhecida eficácia. 

Referindo-se à malarioterapia, em texto publicado no ano da internação de Ernesto Nazareth (O liquor após malariotherapia. Anais da Assistência a Psicopatas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1932, pág. 3), os Drs. Waldemiro Pires e Cerqueira Luz, do Serviço de Neurossífilis da Fundação Gaffrée e Guinle, afirmavam tê-la praticado, num período de seis anos, em mais de 300 casos de neurossífilis, concluindo que a técnica era “indiscutivelmente superior aos demais métodos terapêuticos, principalmente na paralisia geral”. 

De acordo com Luiz Antônio de Almeida, que teve acesso ao prontuário do compositor, Nazareth submeteu-se, sem quaisquer benefícios, à malarioterapia, mesmo porque o tratamento, mal tolerado pelo paciente, na medida em que lhe provocou profunda astenia, foi prematuramente interrompido, restringindo-se à deflagração de apenas três acessos febris, número inferior ao preconizado pelos protocolos (geralmente entre 8 e 12 acessos febris). Em 19 de janeiro de 1933, o compositor recebeu alta do Hospício Nacional de Alienados; no entanto, o agravamento de sua perturbação mental motivou nova internação, em 4 de março de 1933, desta feita na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá. 


No dia 1º de fevereiro de 1934, data natalícia de seu filho Ernestinho, Ernesto Nazareth fugiu da Colônia Juliano Moreira, falecendo, possivelmente, nesse mesmo dia; três dias depois, seu corpo foi encontrado, em adiantado estado de putrefação, dentro de uma represa, distante cerca de 1 km da sede da instituição. O laudo do Instituto Médico Legal confirmou a hipótese de afogamento – asfixia por submersão – mas, até hoje, não se sabe se decorrente de suicídio ou acidente. De acordo com Luiz Antônio de Almeida, o corpo de Nazareth chegou às dependências da Colônia Juliano Moreira sobre uma padiola iluminada por tochas; Ernestinho (filho), Eulina (filha) e Maria Mercêdes (professora gaúcha, amiga de Eulina), que aguardavam na administração, ficaram chocados ao depararem com o corpo do compositor que, com os braços rigidamente projetados para cima, passava a todos a impressão de estar vivo sob o lençol. A propósito, em mensagem que me enviou em 2008, o biógrafo de Nazareth reproduz importante depoimento da pianista carioca Maria Alice Saraiva (1913-2001)³ a respeito das condições em que foi encontrado o cadáver do compositor:

“O mais impressionante, na descoberta do corpo de Nazareth, foi a posição em que ele foi encontrado. Foi a Dona Mercêdes, depois confirmado a mim pela própria Dona Eulina, quem me disse que encontraram o corpo dele na posição vertical, como se estivesse de pé, dentro d’água, com as mãos para frente, como se estivesse tocando piano!...”

O aspecto do corpo de Nazareth, ao ser retirado da represa, não causaria estranheza àqueles acostumados a lidar com o cenário da morte. Isso porque, no período gasoso da putrefação, o cadáver costuma assumir aspecto gigantesco, decorrente, sobretudo, do inchaço da face, da genitália e do abdome; e, com os braços estendidos, projetados para cima ou para frente, dependendo de como o corpo é encontrado, assume a chamada “posição de lutador”, expressão habitualmente utilizada em Tanatologia Forense. No caso específico de Nazareth – e tomando por base o depoimento de Maria Alice Saraiva –, seria lícito referir-se, em vez de “posição de lutador”, a “posição de pianista”, como se, num gesto derradeiro, o genial compositor estivesse executando ao piano algumas de suas primorosas peças – como Floraux, BambinoQuebradinhaCoração que sente ou Confidências –, seu passaporte definitivo para a imortalidade.


Ainda sobre a morte de Nazareth, vale assinalar que, na página 142 do livro Pixinguinha. Vida e Obra. (Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 1997), de autoria do jornalista Sérgio Cabral, lê-se: 

“Dias depois, era nomeado fiscal do Serviço de Limpeza Urbana, cargo em que permaneceria pouco tempo, pois o que Pedro Ernesto queria mesmo é que Pixinguinha organizasse a banda da Guarda Municipal. Como a função de maestro de banda não existia nos quadros administrativos da prefeitura, a solução foi admiti-lo na Limpeza Urbana, onde realmente atuou como fiscal enquanto a banda não se formava. Trabalhou inclusive no dia 4 de fevereiro de 1934, véspera do carnaval, quando levou um susto do qual nunca se esqueceu, como confessou ao contrabaixista, cantor e principal solista do conjunto vocal Os Cariocas, Luís Roberto. Naquele dia, ele fazia uma inspeção num local próximo do Instituto Médico Legal, quando um amigo e funcionário do IML lhe perguntou se desejava ver um corpo em processo de autópsia e que parecia ser de um músico, talvez amigo de Pixinguinha. Ele foi até lá e viu que o corpo, encontrado num pequeno riacho próximo à Colônia de Psicopatas Juliano Moreira (de onde fugira no dia anterior), em Jacarepaguá, era de ninguém menos do que do pianista e compositor Ernesto Nazareth. O funcionário do IML e seus colegas, provavelmente, não faziam a menor ideia de que cuidavam do corpo de um dos maiores nomes de todos os tempos da música brasileira.” 

Em que pese a afirmativa equivocada de que Nazareth fugira da Colônia Juliano Moreira “no dia anterior”, ou seja, no dia 3 de fevereiro – e não no dia 1º, como de fato aconteceu –, a passagem supracitada reveste-se de forte simbolismo, como se o encontro acidental de dois dos maiores ícones do choro – um deles com apenas 36 anos, em pleno vigor físico e mental, e o outro recém-falecido, estendido numa mesa de autópsia – necessário se fizesse para que Pixinguinha recebesse, ao modo do atleta olímpico que recebe o bastão na corrida de revezamento, uma espécie de convocação íntima para persistir cultivando, com seu invulgar talento, esse brasileiríssimo gênero musical que tanto nos seduz.

fonte: http://www.clubedochorodebh.com.br/
Por Luiz Otávio Savassi Rocha

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Escadaria Selarón

A Escadaria Selarón é obra do artista chileno Jorge Selarón. Em 1990, Selarón iniciou os trabalhos de renovação da escadaria que passa em frente à sua casa e estava em péssimo estado de conservação. No começo os vizinhos zombavam das combinações bizarras de cores e, o que era pra ser um passatempo acabou virando uma obsessão que consumia praticamente todo seu dinheiro. Passou então a vender suas pinturas para financiar a empreitada e após vários anos de exaustivo trabalho, a escadaria tornou-se um sucesso, convertendo-se em um belo cartão postal da cidade.
A obra já foi matéria de muitas revistas, jornais, documentários, comerciais de TV e serviu de cenário para clipes de U2 e Snoop Dogg. Em 2005, a prefeitura da cidade deu à Selarón o título de Cidadão Honorário do Rio de Janeiro e oficializou o tombamento da escadaria.
A escadaria fica entre a rua Joaquim Silva, na Lapa e a rua Pinto Martins, no bairro de Santa Teresa. Está a apenas 5 minutos a pé dos Arcos da Lapa.

Assista agora o Documentário - O Vermelho de Selarón exibido em festivais de cinema no Brasil, Argentina e Suíça.
Direção, roteiro e montagem - Rafael Bacelar / Rodolfo Gomes
Fotografia - Chico Rufino
Produção - Laila Valois / Rômulo André Lima
Música - Pedro David


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Musicalização Infantil (II)


Nesta vídeo aula dividida em 4 partes, Josiane Kevorkian ensina a partir de suas aulas com alunos da Casa das Artes Paquetá, técnicas para a introdução de crianças na dinâmica musical.







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