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Festival Vale do Café



O Festival Vale do Café, é um projeto em caráter permanente implementado desde 2003, que tem por objetivo criar um pólo turístico cultural e acelerar o desenvolvimento econômico do interior do estado do Rio de Janeiro. Através da preparação anual de uma grande celebração de música, história e natureza, aliada sempre ao respeito pelas raízes e pelo patrimônio histórico da região, o Festival Vale do Café chega a sua 12ª edição, entre os dias 18 e 27 de julho de 2014. Além de receber mais de 800 mil pessoas em suas 11 edições, que provoca o aquecimento econômico da região, o Festival Vale do Café resgata fortemente o patrimônio imaterial, estimulando o amor à natureza e divulga o patrimônio histórico e arquitetônico abrangendo os diversos municípios da região do Vale do Café, num dos mais lindos recantos do Estado do Rio de Janeiro, no Vale do Paraíba.



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Ariano Suassuna analisa a banda Calipso




  • Ariano Vilar Suassuna

  • É um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro. É o atual secretário de assessoria ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos. É defensor da cultura do Nordeste e autor do Auto da Compadecida e A Pedra do Reino






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    Francisco Sánchez: Paco de Lucia - Documentário




    Documentário sobre a vida e obra de Paco de Lucia, com performances ao vivo e uma infinidade de depoimentos e imagens inéditas de diferentes épocas da vida do guitarrista. Esta produção mostra a vida diária tanto do artista, como os preparativos para as visitas e gravações. Com a participação de Chick Corea e entrevistas com artistas do mundo flamenco. O documentário ganhou prêmios em festivais de cinema e mídia Málaga, Biarritz, Mar del Plata, Chicago, Munique, etc.







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    Paco de Lucia morre aos 66


    Guitarrista espanhol de renome mundial, Paco de Lucia morreu aos 66 anos no México, supostamente de um ataque cardíaco enquanto brincava com seus filhos em uma praia.

    Em homenagem a um "músico muito especial", o também guitarrista flamenco espanhol Paco Pena, 71, disse à BBC Radio 4 hoje de manhã: “De vez em quando alguém vem com uma disciplina musical que muda tudo, que vê coisas que os outros não viram até aquele momento, e Paco de Lucia era uma dessas pessoas.”




    Paco de Lucía, nome artístico de Francisco Sánchez Gómez (Algeciras, 21 de dezembro de 1947 — Cancún, 26 de fevereiro de 2014) foi um guitarrista espanhol de flamenco reconhecido internacionalmente. Fez carreira como compositor, produtor e guitarrista.

    Em 2004, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias, como "um músico que transcendeu fronteiras e estilos".

    As suas principais influências,  além do seu pai, foram os guitarristas de flamenco Nino Ricardo, Miguel Borrull, Mario Escudero e Sabicas.

    Paco era o mais novo de cinco irmãos, filhos do também guitarrista de flamenco Antonio Sánchez. Os seus irmãos Pepe de Lucía e Ramón de Algeciras também são músicos de flamenco; Pepe é cantor e Ramón é também guitarrista. Em Algeciras, e de uma forma geral na maior parte da Andaluzia, é costume os rapazes adotarem o nome da mãe com o intuito de  serem corretamente identificados como por exemplo "Paco de (la) Carmen," ou "Paco de (la) María," . Deste modo, o seu nome artístico foi adotado em honra de sua mãe Luzia, de origem portuguesa, que por sua vez adotou o nome de Lucía Gómez.

     Foi com seu pai e seu irmão Ramón que aprendeu a tocar guitarra.

    Em 1958, com apenas onze anos de idade, fez a sua primeira aparição pública na Rádio Algeciras, e no ano seguinte recebeu um prémio especial numa competição de flamenco em Jerez de la Frontera, acompanhado pelo seu irmão, Pepe, num duo que se chamava Los chiquitos de Algecira. Como consequência desse êxito entrou para a trupe de José Greco em 1961. Entre 1968 e 1977 Paco e Camarón de la Isla, outro músico inovador do novo flamenco; juntos gravaram nove álbuns.

    Em 1991 gravou o Concierto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo com a Orquestra de Cadaques. O autor, presente nas gravações, teria dito que nunca ninguém tinha tocado a sua peça com tanta paixão e intensidade como Paco de Lucía.



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    BBC - Brasil Brasil



    Documentário produzido em 2007 pela BBC  sobre a Música Brasileira. O primeiro episódio conta a história do Samba, o estilo que ainda domina o Brasil. 








    O segundo episódio cobre o período militar no Brasil 1964-85. A época começou com o movimento de protesto de esquerda liderados por cantoras como Nara Leão, que foi acompanhado por estilos rivais que iam desde o canto apaixonado de Elis Regina até as canções empolgantes de pop de Jorge Ben .







    Este episódio mostra como músicos como Chico Science na cidade do Recife reagiu contra a influência do rock americano dos anos oitenta, para criar a sua própria fusão, em que rock e o hip-hop foram misturados com estilos locais tradicionais como o maracatu.




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    A Música nas Escolas



    A promulgação da Lei 11.769/2008 foi uma conquista para o ensino da música nas escolas, principalmente para as escolas públicas onde o discurso passa longe da prática. Estamos em 2014 e verificamos que as mudanças são poucas ou nenhuma.

    A operacionalização da Lei 11.769/2008 está à mercê das políticas públicas regionais. É necessário que se realizem mais estudos e discussões acerca da música no currículo escolar.

    O mais importante é que a Música nas escolas não é para tornar o aluno um músico e sim proporcionar:

     O desenvolvimento da sensibilidade estética e artística ;
     A leitura e compreensão crítica do universo musical do meio social e cultural que está inserido;
     O respeito à diversidade cultural;
     O desenvolvimento do potencial criativo;
     O desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor;
     O desenvolvimento de habilidades sociais.


    Assista aos vídeos sobre Música do novo Telecurso















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    A Evolução da Música Brasileira - ( V )


    1965 – (o país vive sob a presidência do general Castello Branco)



    Com estréia no mês de setembro, o cantor e compositor pop Roberto Carlos é o Rei da Juventude nacional na liderança do movimento Jovem Guarda, apresentando um programa semanal homônimo de televisão, na TV Record, na capital de São Paulo, ao lado de Erasmo Carlos, Wanderléa e convidados como Eduardo Araujo, Martinha, Rosemary, Ronnie Von, Antonio Marcos, Deny e Dino, Leno e Lilian, The Jordans, The Jet Blacks, Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys, Os Incríveis e outros. O programa de TV terminaria em 1969. Enquanto gênero musical, a Jovem Guarda, que surge em 1963, também ficou conhecida como yê-yê-yê – a versão brasileira do rock mundial. O movimento foi responsável pela introdução da guitarra elétrica e instrumentos eletrônicos na nascente Tropicália de Caetano Veloso e Gilberto Gil – que seria uma das causas do fim da Jovem Guarda, suplantando-a em popularidade.


    1965 – (extinção dos partidos políticos e instituição do bipartidarismo)



    A grande era dos festivais. A extinta TV Excelsior produz o primeiro Festival de Música popular Brasileira. Nos dois anos seguintes, a TV Record realiza outros dois. Também os Festivais Universitários de Música Popular Brasileira, da TV Tupi, do Rio de Janeiro. Da soma deles, surgem nomes como Elis Regina (com "Arrastão", de Edu Lobo e Vinícius de Moares), Edu Lobo (com "Ponteio", dele e de Capinam), Caetano Veloso (com "Alegria, Alegria", dele mesmo), Gilberto Gil (com "Domingo no Parque", dele mesmo), Gal Costa (com "Divino Maravilhoso", de Caetano), Os Mutantes (com "Dois Mil e Um", de Rita Lee e Tom Zé), Chico Buarque de Hollanda (com "A Banda" e "Roda Viva", dele mesmo), Milton Nascimento (com "Cidade Vazia", de Baden Powell e Lula Freire), Tom Zé (com "São Paulo, Meu Amor", dele mesmo), Paulinho da Viola (com "Sinal Fechado", dele mesmo), MPB-4 e outros. Com o crescimento e expansão da televisão no Brasil, grandes ídolos da nova música popular brasileira se afirmam. Depois de uma série, a TV Globo seria a última emissora a produzir os últimos festivais no país – sendo o derradeiro, o VII Festival Internacional da Canção, em setembro de 1972, com Maria Alcina cantando "Fio Maravilha", de Jorge Ben.

    1965 – (época dos partidos políticos Arena e MDB)


    Com a repressão e censura instauradas pelo regime militar, configura-se o espírito para o surgimento das músicas de protesto, posteriormente nos festivais, sendo Chico Buarque de Hollanda o compositor mais importante e representativo desse tipo particular de expressão musical, com "Apesar de Você" (1970), "Construção" (1971), "Deus Lhe Pague" (1971). Outro a se ressaltar é o compositor e cantor Sérgio Ricardo, que, inclusive, em 1967, tomou parte no Festival da Canção de Protesto, realizado na Bulgária, onde suas músicas foram interpretadas por Geraldo Vandré. Por sua vez, Vandré atingiu o ponto máximo de sua carreira de cantor e compositor com a então clássica e polêmica canção "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", ou "Caminhando" (1968), defendida no III Festival Internacional da Canção, e que se tornou uma espécie de hino estudantil na época.

    1965 – (o Congresso Nacional pode 'eleger' presidente e vice-presidente)


    Dezembro, sob violentos protestos, o visionário maestro Diogo Pacheco abre definitivamente as portas do Teatro Municipal de São Paulo para a MPB com o espetáculo 'Vinícius, Poesia e Canção', com a participação do próprio Vinícius de Moraes, Edu Lobo, Baden Powell, Carlos Lyra, Ciro Monteiro, Pixinguinha e Francis Hime.

    1965 – (época da União Democrática Nacional, UDN, e Partido Social Democrático, PSD)


    O cantor e compositor carioca Jorge Ben (atualmente, Jorge Ben Jor) atinge grande sucesso nos Estados Unidos. Ele é convidado pelo Ministério das Relações Exteriores a se apresentar nos Estados Unidos, durante três meses, em clubes e universidades. Lançadas por Sérgio Mendes, as músicas "Mas Que Nada" e "Chove Chuva" chegam às paradas de sucesso americanas. Em seguida, suas músicas "Nena Naná" e "Zazueira" são gravadas por Jose Feliciano e Herp Albert, respectivamente – enquanto, no Brasil, sua carreira enfrentava certas dificuldades. Em 1970, no Midem, em Cannes, Jorge Ben Jor seria muito aplaudido por sua música "Domingas". Em 1972, realizaria temporadas em Portugal, Itália e Japão, onde gravaria um disco ao vivo. Em 1975, realizaria uma única apresentação no Teatro Sistina, em Roma, Itália, transmitida ao vivo pela televisão italiana. Ainda nos anos 80, se tornaria muito popular no exterior.


    1967 – (o general gaúcho Costa e Silva assume a presidência do país)



    Tom Jobim grava com Frank Sinatra o álbum americano 'Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim', em que Sinatra interpreta alguns dos maiores sucessos da bossa nova de autoria de Jobim. O disco é um dos grandes marcos na história da bossa nova e da música popular brasileira. Detalhe: por ciúmes, Sinatra não permitiu que Tom Jobim tocasse piano por ser então o instrumento que mais prestígio dava aos músicos norte-americanos – por isso, Tom tocou violão, seu segundo instrumento.

    1968 – (início da guerrilha urbana no país)


    Após a bossa nova, vários músicos brasileiros incorporam o jazz em suas músicas. Buscando um formato brasileiro estão o saxofonista Paulo Moura, a pianista Eliane Elias, a cantora Flora Purim, Airto Moreira, Leo Gandelman, César Camargo Mariano, Victor Assis Brasil (1945-1981) – um dos maiores saxofonistas de jazz do país –, Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal, André Geraissati, Zimbo Trio e outros. A dificuldade em se situar a atuação do jazz no Brasil está no fato dele aparecer diluído no conceito abrangente de música instrumental.

    1968 – (em 13 de dezembro, o Ato Institucional no.5 (AI-5) fecha o Congresso)


    Com o lançamento do disco 'Tropicália – Panis Et Circenses', com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão, Os Mutantes e o maestro Rogério Duprat, o tropicalismo é oficialmente reconhecido como manifesto e nova proposta musical, inspirado na tese antropofágica da Semana de Arte Moderna de 22, possibilitando o desdobramento do movimento em trabalhos individuais de seus principais protagonistas em releituras e novas perspectivas para a música brasileira.
    Participaram do movimento, Tom Zé, os letristas Torquato Neto e Capinam, os maestros arranjadores Júlio Medaglia e Damiano Cozzela. Pela defesa da música brasileira, o tropicalismo incorporou, com muita polêmica, o uso da guitarra elétrica, de gêneros como o bolero, o carnaval, as músicas de raiz e elementos do rock. O nome Tropicália foi extraído por Caetano de uma instalação do artista plástico Hélio Oiticica.

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    A Evolução da Música Brasileira - ( IV )


    1941 – (Getúlio Vargas funda a Companhia Siderúrgica Nacional, CSN





    A cantora, atriz e bailarina, nascida em Portugal, Carmem Miranda (1909-1955) é a primeira grande artista brasileira a atingir sucesso internacional. Além de atuar e cantar sambas vestida de baiana estilizada com uma fruteira tropical como chapéu, lançando moda nos Estados Unidos como a Brazilian Bombshell do momento, Carmem Miranda foi um dos maiores ícones mundiais da época, participando, em Hollywood, de filmes como "Serenata Tropical" (Down Argentine Way, de Irving Cummings, 1940), "Uma Noite No Rio" (That Night In Rio, de Irving Cummings, 1941), "Entre a Loura e A Morena" (The Gang's All Here, de Busby Berkely, 1943), "Copacabana", ao lado de Groucho Marx, de Alfred E. Green, 1947 – e outros mais.


    1943 – (Getúlio Vargas instala a Fábrica Nacional de Motores, FNM, no Rio)



    Em Hollywood, o cineasta e desenhista norte-americano Walt Disney inclui a música "Aquarela do Brasil" , de Ary Barroso, alterando o título para "Brazil", e versão em inglês, com grande sucesso em seu desenho, "Alô Amigos" (Saludo Amigos). O samba-exaltação torna-se praticamente um segundo hino brasileiro e abre definitivamente as fronteiras do mundo para a música brasileira.


    1946 – (o general Eurico Gaspar Dutra toma posse na presidência)




    A música "Baião", do pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) – com letra de Humberto Teixeira –, desponta de Norte a Sul do país com a força de um novo estilo musical revolucionário urbano derivado da música de raízes rurais e folclóricas nordestinas. No começo dos anos 50, Luiz Gonzaga é o grande responsável pelo nascimento do baião e por abrir caminho para novos nomes da música nordestina e influenciar a música popular do Sul-Sudeste do país nos anos 60-70. Até o surgimento da bossa nova, o baião foi o gênero musical brasileiro mais influente no exterior.

    1950 – (Getúlio Vargas é reeleito para presidente)


    Muitos afirmam que a vindoura bossa nova nasceria das reuniões de músicos, como Johnny Alf e João Donato, que participavam das chamadas samba sessions, no Sinatra-Farney Fan Club, no Rio de Janeiro. Das jam sessions na boate Plaza, em Copacabana, a partir de 1955, com Luiz Eça, Milton Banana, Alf, Donato e outros. O termo bossa nova, derivado da popular gíria carioca 'bossa', já era conhecido desde os anos 40. No Rio de Janeiro, proliferam-se as recentes boates onde pequenos conjuntos instrumentais fazem as primeiras misturas de jazz e samba.

    1955 – (Juscelino Kubitschek é eleito presidente)


    Com fortes ecos dos Estados Unidos e Inglaterra, o rock'n'roll aterrisa incipiente no país através de versões, quando Nora Ney grava a versão "Rock Around The Clock". A primeira grande estrela do gênero é Celly Campelo (1942-) com os hits "Estúpido Cupido" e  "Banho de Lua" já no início dos anos 60. O rock'n'roll populariza-se com outras versões de sucessos norte-americanos, por Nick Savóia e Ronnie Cord (1943-). Outros nomes são Tony Campello, irmão de Celly, Wilson Miranda, Sérgio Murillo e demais. Logo depois, seria totalmente absorvido e adaptado pelo movimento jovem guarda.

    1955 – (militares sugerem um golpe de estado)


    Em maio, com a gravação de "Saudosa Maloca" pelo grupo Demônios da Garoa, Adoniran Barbosa (1910-1982) firma o seu estilo peculiar que o tornaria célebre como o mais fiel cronista das camadas populares paulistanas, inspirando-se no linguajar dos diferentes grupos de imigrantes, predominantemente o italiano. Outros grandes sucessos de Adoniran Barbosa foram: "O Samba do Arnesto" (com Alocim), "Tiro Ao Álvaro" (com Osvaldo Moles), e o enorme sucesso de "Trem das Onze", de 1964, novamente com os Demônios da Garoa. Em 1974, lançou seu primeiro LP solo como cantor. É tido como o maior compositor popular da capital de São Paulo, e recebeu grande homenagem, em 1980, num show com Elis Regina, Djavan, Clementina de Jesus, Clara Nunes, MPB-4, Carlinhos Vergueiro, Gonzaguinha, Vânia Carvalho, e os grupos Talismã e Nosso Samba.



    1955 – A indústria fonográfica brasileira já representa um dos mais importantes segmentos econômicos do país – começa-se a instituir a pesquisa de mercado para aferição do gosto público.

    1958 – (era desenvolvimentista de Juscelino Kubitscheck)


    O disco da cantora Elizeth Cardoso, 'Canção do Amor Demais', com a primeira gravação do futuro clássico "Chega de Saudade" (Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes), e participação especial do baiano João Gilberto no violão, inaugura oficialmente a bossa nova. Mas, seis meses depois, no dia 10 de julho de 1958, o tema surgeria em sua forma definitiva no disco de 78 rpm de João Gilberto – "Chega de Saudade" – já com o seu violão revolucionário (também conhecido como "violão gago") e seu jeito realmente bossa nova e pioneiro de cantar.


    1959 – (época das Ligas Camponesas)



    A primeira introdução internacional da bossa nova acontece através da trilha sonora do filme "Black Orpheus" - a partir da suite musical de Vinícius de Moraes -, do diretor francês Marcel Camus, vencedor do grande prêmio do Festival de Cannes e Melhor Filme Estrangeiro do Oscar, no mesmo ano.

    1960 – (Juscelino Kubitschek inaugura Brasília)


    Pela primeira vez na história da música brasileira, surge o termo MPB – Música Popular Brasileira – empregado por Ary Barroso na contra-capa do disco 'Bossa Nova', de Carlos Lyra. De década a década, o termo MPB mudaria sua abrangência de estilos e ampliaria seu significado. Da elite de músicos dos anos 70 – com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Milton Nascimento e outros – à hoje, o termo representa basicamente quase todo o tipo de música brasileira à exceção do pop-rock


    1960 – (a economia brasileira cresce 7% ao ano)



    Popularizam-se as freqüências do público nos ensaios das escolas de samba, inclusive como forma das agremiações obterem algum tipo de renda fora da época dos desfiles com os seus patrocínios, para garantir parte dos custos de preparação das infra-estruturas durante o resto do ano, através da cobrança mínima dos ingressos por parte de algumas delas.

    1962 – (João Goulart ocupa a presidência deixada por Jânio Quadros)


    Na quarta-feira do dia 21 de novembro, às 20h30, realiza-se no Carnegie Hall, em Nova York, Estados Unidos, o primeiro e lendário Festival de Bossa Nova (também introduzido como New Brazilian Jazz) com apresentação de João Gilberto, Tom Jobim, Edu Lobo, Bola Sete, Sérgio Ricardo, Sérgio Mendes e outros. É o lançamento internacional oficial e em grande estilo da bossa nova com muita repercussão nos Estados Unidos e Brasil.

    1962 – (os setores militares se fortalecem no país)


    A primeira grande influência da bossa nova nos Estados Unidos, sucesso que populariza o gênero no país e credencia os americanos a adotarem o estilo, é o disco 'Jazz Samba', do guitarrista Charlie Byrd e do saxofonista Stan Getz. A bossa nova é a maior sensação norte-americana no começo dos anos 60, sendo suplantada apenas pelo surgimento dos Beatles.


    1964 – (golpe militar derruba o governo de João Goulart, em 31 de março)



    No ano do início da ditadura militar brasileira, acontece, no Rio de Janeiro, o histórico e militante show Opinião, com músicas do maranhense João do Vale (1934-1996) e direção de Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa. Foi nesse espetáculo, interpretando a música "Carcará" (João do Vale e José Cândido) que foi lançada a cantora baiana Maria Bethânia. Também participaram do evento Nara Leão (1942-1989) e Zé Kéti. O acontecimento foi um marco na história da música popular brasileira.

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    A Evolução da Música Brasileira - ( III )


    1917 – (época áurea dos Coronéis do Sertão)



     Considerado o nascimento oficial do samba, a gravação de "Pelo Telefone", de Donga (1889-1974) e Mauro de Almeida (1882-1956), na voz de Bahiano, alcançou enorme sucesso nacional e estabeleceu novos padrões para as canções de carnaval. Este típico samba carioca, que mistura maxixe com frases rítmicas do folclore baiano, mais tarde espalha-se pelo Brasil e domina o carnaval. Nessa fase, os principais compositores são Sinhô (1888-1930), Ismael Silva (1905-1978) e Heitor dos Prazeres (1898-1966). A partir da década de 20, surgem vários e diferentes tipos de samba.




    1917 – No carnaval da época, o compositor, instrumentista e arranjador Pixinguinha (1897-1973) grava o seu primeiro disco, de maxixes, pela Odeon. Ele é o músico mais importante a estabelecer as bases da música popular e do choro, um recém-criado estilo de música brasileira instrumental (1880) com características de improvisação semelhante à do jazz.



    1920 – No Rio de Janeiro, quase no final da década, surgem as primeiras escolas de samba, que já haviam sido esboçadas desde o surgimento dos entrudos, dos ranchos carnavalescos e dos cordões fantasiados. A primeira escola de samba – a Deixa Falar – surgiu no Largo do Estácio, no antigo Rio. Surgem também os primeiros moradores das favelas cariocas e do assim chamado 'samba do morro'.



    1920 – Popularizam-se no Rio, e em São Paulo, o gramofone, as vitrolas, as orquestras de cinema mudo, posteriormente o próprio cinema falado e – principalmente – as primeiras gafieiras que tocavam sambas, maxixes, marchas, jazz e valsas. Logo surgiriam as jazz-bands brasileiras como a Orquestra Pan-Americana, American Jazz-Band, de Silvio de Sousa, Jazz-Band Sul-Americana, de Romeu Silva e outras mais. Tudo isso impulsiona em muito a divulgação da música brasileira.


    1920-50 – (época das Revoltas Tenentistas)



    Antecedendo a bossa nova, surge o samba-canção, um tipo mais lento, melancólico e romântico, orquestral e instrospectivo do gênero, também conhecido como samba de meio do ano, ou seja, aquele lançado depois dos sambas de carnaval. Sob forte influência do bolero, o samba-canção se firmaria mesmo a partir de 1930. Seus primeiros compositores foram Joubert de Carvalho, Henrique Vogeler, Heckel Tavares e Sinhô. Os maiores intérpretes são Francisco Alves, Orlando Silva, Dolores Duran, Marlene, Isaura Garcia, Elizeth Cardoso, Zezé Gonzaga, Dalva de Oliveira, Caubi Peixoto, Angela Maria e Maysa. O primeiro grande sucesso do gênero é "Linda Flor" (Ai, Ioiô), de 1929, composta por Vogeler, Luís Peixoto e Marques Porto, gravado por Vicente Celestino e Araci Cortes. Outros como "Último Desejo", de Noel Rosa; "Eu Sinto Uma Vontade de Chorar", de Dunga; "Menos Eu", de Roberto Martins e Jorge Faraj – e muitos mais.

    1922 – (surgem movimentos de insurreição contra a República Velha)


    Na polêmica e então contestada Semana de Arte Moderna de 22, idealizada inicialmente por Graça Aranha e Ronald de Carvalho, mais precisamente entre 11 e 18 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo, um dos fatos marcantes do irreverente movimento de cunho antropofágico nacionalista, que buscava, numa primeira tentativa no país, uma identidade própria para a cultura brasileira, foi a apresentação do compositor erudito-popular e regente carioca Heitor Villa-Lobos (1887-1959), diante da orquestra, trajado a rigor mas calçando chinelos, interpretado como ato de ousadia quando, na verdade, estava doente de um pé.

    1926 – (época da Coluna Prestes, em São Paulo)


    Em novembro, no Teatro Municipal de São Paulo, acontece o famoso recital da paulista Guiomar Novaes (1894-1979), magnífica pianista de impressionante carreira internacional que durante anos fez contraponto com a colega erudita carioca Magdalena Tagliaferro (1894-1986) – outra espetacular pianista de projeção mundial. Guiomar Novaes já havia sido um dos grandes destaques na Semana de Arte Moderna de 22, interpretando Villa-Lobos, no mesmo Teatro Municipal de São Paulo.


    1926 – (época do governo de Washington Luís)



    A mais importante soprano lírica da história da música brasileira – Bidu Sayão (1902-1998) – rouba a cena da temporada no Teatro Municipal de São Paulo e abre a temporada lírica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ela começava a pronunciar-se com o requinte e a beleza que a tornariam uma estrela internacional durante décadas. Em 1935, seria escolhida pelo lendário regente Arturo Toscanini (1867-1957) a integrar a Orquestra Filarmônica de Nova York. Em 1938, cantaria para o Presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt, na Casa Branca, em Washington D.C. Em 1995, seria homenageada pela escola de samba carioca Beija-Flor, de Nilópolis.

    1930 – (eclode a Revolução de 1930, que acaba com a República Velha)


    Acontece o primeiro grande sucesso do sambista carioca de Vila Isabel Noel Rosa (1910-1937) – "Com Que Roupa", já com toda sua proverbial verve crítica e humorística sobre a vida carioca, marca registrada de toda sua obra. Em 1931, viriam "Eu Vou Pra Vila", "Gago Apaixonado", "Malandro Medroso" e "Quem Dá Mais". Em 1932, conheceria o compositor Vadico, um de seus mais importantes parceiros, com quem faria  alguns de seus maiores sambas como "Feitio de Oração" (1933), "Feitiço da Vila" (1934), "Conversa de Botequim" (1935) e muitas outras. Sua maior intérprete seria  mesmo a cantora 'malandra' Araci de Almeida (1914-1988), desde 1935, sendo que ela, ao regravá-lo em 1950, traria à luz a importância incontestável desse monumental sambista. De saúde muito debilitada durante sua vida inteira, Noel Rosa morreria jovem, aos 26 anos, no dia 4 de maio de 1937, mas deixaria um impressionante repertório de 230 composições. É um nome obrigatório no registro da história da música popular brasileira.

    1930-46 – (transição para a Era Vargas)


    Época áurea do rádio com seus populares programas ao vivo de música de auditório, no Rio de Janeiro, com Ary Barroso (na lendária Rádio Mayrink Veiga), e outros em São Paulo – e as disputas acirradas entre orquestras, os 'cantores do rádio' (Francisco Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas e demais) e as 'rainhas do rádio', sendo as cantoras Emilinha Borba e Marlene as maiores. Ao mesmo tempo em que a época do rádio marcaria o declínio do choro, esse estrondoso fenômeno musical de massa teria a sua própria decadência com o fim da era das grandes orquestras no Brasil e a chegada da televisão, em 1950.

    1938-45 – (o mais famoso cangaceiro, Lampião (Capitão Virgulino) e sua companheira Maria Bonita são mortos, em 1938, entre Bahia e Sergipe)



    Período em que o compositor e regente Heitor Villa-Lobos (1887-1959) compõe a Bachiana no. 5 – da célebre série de 9 – para canto e orquestra de violoncelos, sendo esta a mais admirada e tocada de todas, tendo sido, por vários anos, um dos discos mais vendidos nos Estados Unidos. Na época, porém, foi muito atacado pelos críticos brasileiros por este conjunto de obras inspiradas na atmosfera musical de Johann Sebastian Bach (1685-1750), considerado pelo autor um manancial folclórico universal, intermediário de todos os povos. Os críticos consideraram As Bachianas um recuo na obra de quem havia escrito os famosos 14 Choros – escritos de 1920 a 1929 –, obras compostas na inspiração de suas longas viagens por quase todo o Brasil (e seus sertões), durante anos, e por sua paixão e convivência prolongada com os "chorões" cariocas. Ainda que As Bachianas representassem uma valiosa experiência de justaposição de certos ambientes harmônicos e de contrapontos de algumas regiões do Brasil ao estilo de Bach, os Choros foram tidos como um rico material inato para a criação da música autenticamente brasileira. Mas, por toda sua gigantesca obra deixada e seus empreendimentos didáticos sociais, Villa-Lobos é considerado o mais importante gênio musical do continente, no século XX, dotado de uma chama criadora extraordinária que atravessou fronteiras, empolgou críticos e multidões, superando todos os preconceitos.


    1939 – (Getúlio Vargas cria a Justiça do Trabalho e o Departamento de Imprensa e Propaganda, DPI)



    A primeira e mais importante música exportada aos Estados Unidos e Europa é "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso (1903-1964), e que inaugura o gênero samba-exaltação. A música foi gravada por Araci Cortes e depois por Cândido Botelho e Francisco Alves. O Estado Novo ditatorial e nacionalista de Getúlio Vargas, que muito apreciou esse novo tipo de samba, por motivos óbvios e pelo alcance internacional, passa a recomendar aos compositores populares que abandonem o tema da malandragem carioca em suas músicas. Inspirado na típica figura do Rio de Janeiro, e a partir da 'política de boa vizinhança americana', o desenhista Walt Disney viria ao Brasil criar o personagem Zé Carioca.

    1940 – (o salário mínimo é instituído por Getúlio Vargas)



    No Teatro Municipal do Rio de Janeiro, acontece a primeira regência do maestro e compositor cearense Eleazar de Carvalho (1912-1996). Em julho de 1943, fez sua estréia como regente, no Teatro Municipal de São Paulo, que foi outro grande acontecimento destinado a entrar para a história. Graças ao seu empenho e dedicação, Eleazar teria mais tarde seu nome profundamente ligado ao Teatro Municipal de São Paulo, por décadas.

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    A Evolução da Música Brasileira - ( II )


    1870 – (período posterior à Guerra do Paraguai)



    Em 19 de março, na Itália, estréia no lendário Teatro Scala de Milão, a obra máxima do maestro-compositor brasileiro paulista Carlos Gomes (1836-1896) – a ópera O Guarani –, baseado na romance de José de Alencar, com libreto inicial do poeta Antonio Scalvini, concluído por Carlo d'Orneville. O sucesso e impacto de O Guarani levou o compositor e maestro Giuseppi Verdi ao comentário entusiasmado de que Carlos Gomes era de fato um "vero genio musicale". Depois de encenada 12 vezes no Scala, a ópera percorre toda a Europa com grande sucesso. Com ela, pela primeira vez, nascia o Brasil para o mundo musical . Em 2 de agosto, Carlos Gomes regressa ao Brasil como um verdadeiro herói, e prepara sua ópera – já com a famosa protofonia, não apresentada na Europa, e que se tornaria como um segundo hino nacional – no Teatro Lírico Fluminense, no dia 2 de dezembro, em homenagem ao aniversário de Dom Pedro II. Carlos Gomes foi, sem dúvida, o maior compositor das Américas no século XIX.   


    1875 – (Império: primeiro choque entre a maçonaria e a hierarquia católica pelo poder)


    Diretamente da então Cidade Nova e dos lendários cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro, nasce o maxixe – a primeira dança de par e gênero musical modernos genuinamente brasileiros. Ele surge da mistura do lundu com o tango argentino, a habanera cubana e a polca. O maxixe foi considerado tão escandaloso e polêmico quanto o lundu há quase 100 anos atrás pela extrema sensualidade de sua dança e pelo uso freqüente da gíria carioca quando cantado. A complexidade de seus passos parafusos, quedas, saca-rolha, balão, corta-capim, carrapeta (etc.), marcaria o fim do gênero musical em meados do século seguinte. Detalhe: as quadrilhas se transformam em exclusivas e pitorescas danças folclóricas de São João.  


    1880 – (criação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, no Rio)


    No Rio de Janeiro, acontece a época áurea dos 'entrudos' (do latim introitus), uma herança genuinamente portuguesa dos primeiros blocos de foliões de rua (formados pela população migratória rural nordestina) que antecede e prenuncia o surgimento dos blocos de carnaval, inicialmente conhecidos como cordões. Os arruaceiros entrudos não são bem aceitos – pela nova sociedade carioca que se estabelece – pela violência de suas manifestações, cujos participantes esguicham jatos d'água em bisnagas, jogam baldes d'água, limões de cheiro e atiram farinha na cara dos transeuntes como forma de diversão.    


    1880 – (o país é tomado pela causa abolicionista)


    Surge o choro (chorinho), no Rio de Janeiro, através de pequenos grupos instrumentais formados por modestos funcionários dos Correios e Telégrafos, da Alfândega e da Estrada de Ferro Central do Brasil, que se reúnem nos subúrbios cariocas com suas flautas, cavaquinhos e violões. A mágoa e a nostalgia deram o nome ao gênero, sendo a improvisação sua condição básica. No começo da República, outros instrumentos seriam incorporados. As festas das quais os chorões participavam já eram chamadas de pagodes. Os músicos Joaquim Antônio da Silva Calado (1848-1880) e o flautista Viriato Figueira da Silva (1851-1883) são dois de seus criadores. Outros grandes chorões: Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Anacleto de Medeiros (1866-1907), Irineu Batina (1890-1916), Mário Cavaquinho (XIX-XX), Sátiro Bilhar (?-1927), Candinho Trombone (1879-1960), Ernesto Nazaré (1863-1934) e Pixinguinha (1897-1973). Esta é também a época das serenatas de fins de noite.
       

    1889 – (proclamação da República pelo marechal alagoano Manuel Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro, no Rio de Janeiro)


    Antecedendo o surgimento das orquestras, é a época do apogeu das bandas e fanfarras da República Velha como a Banda do Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro, a Banda do Corpo de Marinheiros, a Banda da Guarda Nacional, a Banda do Batalhão Municipal, a popular e sempre simpática Banda do Corpo de Bombeiros (dirigida por Anacleto de Medeiros [1866-1907]) e a Banda do Batalhão Municipal.  


    1890 – (chega o anarquismo trazido por italianos)


    Surge o frevo em Recife, Pernambuco. Um dos mais importantes gêneros musicais e danças do país. O frevo nasce da polca-marcha e tem sua linha determinada pelo capitão José Lourenço da Silva (Zuzinha), maestro ensaiador das bandas da brigada militar de Pernambuco. Como dança de multidão, o ritmo é frenético e contagiante, de coreografia individual improvisada e inspirada na capoeira, apoiada no uso de sombrinhas e guarda-chuvas. Detalhe: no Rio de Janeiro, a população atingia a marca de 522.651 habitantes. 


    1899 – (época da destruição de Canudos, de Antônio Conselheiro, na Bahia)


    No Rio de Janeiro, por solicitação dos crioulos integrantes do cordão Rosas de Ouro, a pioneira compositora carioca de classe média Chiquinha Gonzaga (1847-1935) – a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil (em 1885) –, compõe a primeira marcha carnavalesca da história da música brasileira chamada "Ô Abre Alas", um enorme sucesso e de grande influência na consolidação das bases iniciais da música popular brasileira.   


    1900 – (era da presidência de Campos Salles)


    Depois de um longo período de recusa e hostilização por parte da elite brasileira, os rituais e – principalmente – os ritmos do candomblé e umbanda são oficialmente aceitos como parte integrante da cultura brasileira. Preservam-se as músicas, escalas musicais, instrumentos como agogô, cuíca, atabaque, e suas ricas bases polirítmicas.

    1900 – (era da "política dos governadores")


    O Brasil republicano continua recebendo a primeira grande e importante leva de imigrantes europeus e asiáticos como italianos, alemães, japoneses, libaneses, aumentando a miscigenação e a influência musical desses povos em sua música.


    1902 – (café-com-leite: paulistas e mineiros se alternam no poder)



    Acontece a primeira gravação para um disco brasileiro, com o famoso tema lundu intitulado "Isto É Bom", escrito pelo músico baiano Xisto Bahia (1841-1894) e cantado por Baiano (Manuel Pedro dos Santos, 1870-1944), para a gravadora Casa Edison.


    1910-11 – ("revolta dos marinheiros", no Rio de Janeiro)



    Respectivamente, são construídos os dois dos mais importantes teatros no Brasil – o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e o Teatro Municipal de São Paulo.


    1913 – (violentos conflitos na divisa de Santa Catarina e Paraná)



    Em São Paulo, registra-se uma modalidade de samba tipicamente paulista –  herdeiro do batuque – chamado Samba-de-Pirapora, ou Samba-de-Campineiro, principalmente em quatro importantes centros urbanos da capital como na Barra Funda, Bela Vista (no Bexiga) – nas festas de Nossa Senhora de Achiropita, no dia 15 de agosto, na Rua 13 de Maio –,  na baixada do Glicério e Bosque da Saúde. A cidade de Pirapora foi o mais importante centro de encontro e difusão do samba paulista – nas festas de Bom Jesus, no mês de agosto –, também conhecido como samba-de-bumbo, onde reuniam-se numerosos músicos predominantemente negros vindos de Campinas, Barueri, Tietê e cidades vizinhas. Diferente do Rio, em São Paulo, não se usava o samba para os desfiles de carnaval dos cordões e ranchos, mas sim as marchas-ranchos e o choro. Os paulistas somente aderem ao samba, no carnaval, no fim dos anos 20.


    1914 – (Primeira Guerra Mundial)



    Em São Paulo, no dia 12 de março, é fundado o Grupo Carnavalesco Barra Funda, precursor da Escola de Samba Camisa Verde e Branco, que também ia regularmente aos encontros e festejos de Pirapora, no interior do estado. O pioneiro grupo paulista tinha apenas doze integrantes vestidos de camisas verdes, calças brancas e chapéus de palha – tocavam um pandeiro e chocalhos de madeira com tampinhas de garrafas de cerveja.


    1914 – (início de uma época de revoltas brasileiras)



    Durante a Primeira Grande Guerra, e pela primeira vez em sua história, a música brasileira chama a atenção da Europa com o estilo embrionário e provocativo do samba – o maxixe –, que se torna um dos maiores sucessos de dança no velho continente até 1922.



    1914 –  Embora tenha surgido desde meados do século passado, é somente neste ano que as chamadas canções sertanejas se popularizam entre as classes média e alta, a partir da toada "Cabocla di Caxanga", de João Pernambuco (1883-1947) e Catulo da Paixão Cearense (1886-1946), dois dos maiores nomes na história do gênero. A partir de 1920, o termo é designado por compositores profissionais urbanos para identificar as estilizações de ritmos rurais que abrangiam modas, toadas, cateretês, chulas, batuques e emboladas. De acordo com os primeiros estudiosos do estilo, música sertaneja poderia também compreender o xaxado, o baião e toda manifestação musical das regiões Norte-Nordeste, produzida no sertão e longe da cultura das grandes cidades. O gênero ficaria fortemente associado ao estilo caipira das modas de viola. Dos pioneiros da música sertaneja de raiz, ou música caipira, destacam-se  Tonico e Tinoco, Cascatinha & Inhana ("Índia"), Inezita Barroso, Pena Branca e Xavantinho, Alvarenga e Ranchinho, Matogrosso e Matias, Irmãs Galvão, os comediantes Jararaca e Ratinho, Cornélio Pires, Ariovaldo Pires, Raul Torres, Teixeirinha ("Churrasquinho de Mãe") e outros.


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