Festival Vale do Café
Francisco Sánchez: Paco de Lucia - Documentário
Documentário sobre a vida e obra
de Paco de Lucia, com performances ao vivo e uma infinidade de depoimentos e
imagens inéditas de diferentes épocas da vida do guitarrista. Esta produção mostra
a vida diária tanto do artista, como os preparativos para as visitas e
gravações. Com a participação de Chick Corea e entrevistas com artistas do
mundo flamenco. O documentário ganhou prêmios em festivais de cinema e mídia
Málaga, Biarritz, Mar del Plata, Chicago, Munique, etc.
Paco de Lucia morre aos 66
Guitarrista espanhol de renome mundial, Paco de Lucia morreu
aos 66 anos no México, supostamente de um ataque cardíaco enquanto brincava com
seus filhos em uma praia.
Em homenagem a um "músico muito especial", o
também guitarrista flamenco espanhol Paco Pena, 71, disse à BBC Radio 4 hoje de manhã: “De
vez em quando alguém vem com uma disciplina musical que muda tudo, que vê
coisas que os outros não viram até aquele momento, e Paco de Lucia era uma
dessas pessoas.”
Guitarrista espanhol de renome mundial, Paco de Lucia morreu
aos 66 anos no México, supostamente de um ataque cardíaco enquanto brincava com
seus filhos em uma praia.
Em homenagem a um "músico muito especial", o
também guitarrista flamenco espanhol Paco Pena, 71, disse à BBC Radio 4 hoje de manhã: “De
vez em quando alguém vem com uma disciplina musical que muda tudo, que vê
coisas que os outros não viram até aquele momento, e Paco de Lucia era uma
dessas pessoas.”
Paco de Lucía, nome artístico de Francisco Sánchez Gómez
(Algeciras, 21 de dezembro de 1947 — Cancún, 26 de fevereiro de 2014) foi um
guitarrista espanhol de flamenco reconhecido internacionalmente. Fez carreira
como compositor, produtor e guitarrista.
Em 2004, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias,
como "um músico que transcendeu fronteiras e estilos".
As suas principais influências, além do seu pai, foram
os guitarristas de flamenco Nino Ricardo, Miguel Borrull, Mario Escudero e
Sabicas.
Paco era o mais novo de cinco
irmãos, filhos do também guitarrista de flamenco Antonio Sánchez. Os seus
irmãos Pepe de Lucía e Ramón de Algeciras também são músicos de flamenco; Pepe
é cantor e Ramón é também guitarrista. Em Algeciras, e de uma forma geral na
maior parte da Andaluzia, é costume os rapazes adotarem o nome da mãe com o
intuito de serem corretamente
identificados como por exemplo "Paco de (la) Carmen," ou "Paco
de (la) María," . Deste modo, o seu nome artístico foi adotado em honra de
sua mãe Luzia, de origem portuguesa, que por sua vez adotou o nome de Lucía
Gómez.
Foi com seu pai e seu irmão Ramón que aprendeu
a tocar guitarra.
Em 1958, com apenas onze anos de
idade, fez a sua primeira aparição pública na Rádio Algeciras, e no ano
seguinte recebeu um prémio especial numa competição de flamenco em Jerez de la
Frontera, acompanhado pelo seu irmão, Pepe, num duo que se chamava Los
chiquitos de Algecira. Como consequência desse êxito entrou para a trupe de
José Greco em 1961. Entre 1968 e 1977 Paco e Camarón de la Isla, outro músico
inovador do novo flamenco; juntos gravaram nove álbuns.
Em 1991 gravou o Concierto de
Aranjuez de Joaquin Rodrigo com a Orquestra de Cadaques. O autor, presente nas
gravações, teria dito que nunca ninguém tinha tocado a sua peça com tanta
paixão e intensidade como Paco de Lucía.
BBC - Brasil Brasil
Documentário produzido em 2007 pela BBC sobre a Música Brasileira. O primeiro episódio conta a história do Samba, o estilo que ainda domina o Brasil.
O segundo episódio cobre o período militar no Brasil 1964-85. A época começou
com o movimento de protesto de esquerda liderados por cantoras como Nara Leão,
que foi acompanhado por estilos rivais que iam desde o canto apaixonado de Elis
Regina até as canções empolgantes de pop de Jorge Ben .
Este
episódio mostra como músicos como Chico Science na cidade do Recife reagiu
contra a influência do rock americano dos anos oitenta, para criar a sua
própria fusão, em que rock e o hip-hop foram misturados com estilos locais
tradicionais como o maracatu.
A Música nas Escolas
A promulgação da Lei 11.769/2008 foi uma conquista para o ensino da música nas escolas, principalmente para as escolas públicas onde o discurso passa longe da prática. Estamos em 2014 e verificamos que as mudanças são poucas ou nenhuma.
A operacionalização da Lei 11.769/2008
está à mercê das políticas públicas regionais. É necessário que se realizem
mais estudos e discussões acerca da música no currículo escolar.
O mais importante é que a Música nas
escolas não é para tornar o aluno um músico e sim proporcionar:
• O
desenvolvimento da sensibilidade estética e artística ;
• A leitura e
compreensão crítica do universo musical do meio social e cultural que está
inserido;
• O respeito
à diversidade cultural;
• O
desenvolvimento do potencial criativo;
• O
desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor;
• O
desenvolvimento de habilidades sociais.
Assista aos vídeos sobre Música do novo Telecurso
A Evolução da Música Brasileira - ( V )
1965 – (o país vive sob a presidência do general Castello Branco)
Com estréia no mês de setembro, o
cantor e compositor pop Roberto Carlos é o Rei da Juventude nacional na
liderança do movimento Jovem Guarda, apresentando um programa semanal homônimo
de televisão, na TV Record, na capital de São Paulo, ao lado de Erasmo Carlos,
Wanderléa e convidados como Eduardo Araujo, Martinha, Rosemary, Ronnie Von,
Antonio Marcos, Deny e Dino, Leno e Lilian, The Jordans, The Jet Blacks, Renato
e Seus Blue Caps, Golden Boys, Os Incríveis e outros. O programa de TV
terminaria em 1969. Enquanto gênero musical, a Jovem Guarda, que surge em 1963,
também ficou conhecida como yê-yê-yê – a versão brasileira do rock mundial. O
movimento foi responsável pela introdução da guitarra elétrica e instrumentos
eletrônicos na nascente Tropicália de Caetano Veloso e Gilberto Gil – que seria
uma das causas do fim da Jovem Guarda, suplantando-a em popularidade.
1965 – (extinção dos partidos políticos e instituição do bipartidarismo)
A grande era dos festivais. A
extinta TV Excelsior produz o primeiro Festival de Música popular Brasileira. Nos
dois anos seguintes, a TV Record realiza outros dois. Também os Festivais
Universitários de Música Popular Brasileira, da TV Tupi, do Rio de Janeiro. Da
soma deles, surgem nomes como Elis Regina (com "Arrastão", de Edu
Lobo e Vinícius de Moares), Edu Lobo (com "Ponteio", dele e de
Capinam), Caetano Veloso (com "Alegria, Alegria", dele mesmo),
Gilberto Gil (com "Domingo no Parque", dele mesmo), Gal Costa (com
"Divino Maravilhoso", de Caetano), Os Mutantes (com "Dois Mil e
Um", de Rita Lee e Tom Zé), Chico Buarque de Hollanda (com "A
Banda" e "Roda Viva", dele mesmo), Milton Nascimento (com
"Cidade Vazia", de Baden Powell e Lula Freire), Tom Zé (com "São
Paulo, Meu Amor", dele mesmo), Paulinho da Viola (com "Sinal
Fechado", dele mesmo), MPB-4 e outros. Com o crescimento e expansão da
televisão no Brasil, grandes ídolos da nova música popular brasileira se
afirmam. Depois de uma série, a TV Globo seria a última emissora a produzir os
últimos festivais no país – sendo o derradeiro, o VII Festival Internacional da
Canção, em setembro de 1972, com Maria Alcina cantando "Fio
Maravilha", de Jorge Ben.
1965 – (época dos partidos políticos Arena e MDB)
Com a repressão e censura
instauradas pelo regime militar, configura-se o espírito para o surgimento das
músicas de protesto, posteriormente nos festivais, sendo Chico Buarque de
Hollanda o compositor mais importante e representativo desse tipo particular de
expressão musical, com "Apesar de Você" (1970),
"Construção" (1971), "Deus Lhe Pague" (1971). Outro a se
ressaltar é o compositor e cantor Sérgio Ricardo, que, inclusive, em 1967,
tomou parte no Festival da Canção de Protesto, realizado na Bulgária, onde suas
músicas foram interpretadas por Geraldo Vandré. Por sua vez, Vandré atingiu o
ponto máximo de sua carreira de cantor e compositor com a então clássica e
polêmica canção "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", ou
"Caminhando" (1968), defendida no III Festival Internacional da
Canção, e que se tornou uma espécie de hino estudantil na época.
1965 – (o Congresso Nacional pode 'eleger' presidente e vice-presidente)
Dezembro, sob violentos
protestos, o visionário maestro Diogo Pacheco abre definitivamente as portas do
Teatro Municipal de São Paulo para a MPB com o espetáculo 'Vinícius, Poesia e
Canção', com a participação do próprio Vinícius de Moraes, Edu Lobo, Baden
Powell, Carlos Lyra, Ciro Monteiro, Pixinguinha e Francis Hime.
1965 – (época da União Democrática Nacional, UDN, e Partido Social Democrático, PSD)
O cantor e compositor carioca
Jorge Ben (atualmente, Jorge Ben Jor) atinge grande sucesso nos Estados Unidos.
Ele é convidado pelo Ministério das Relações Exteriores a se apresentar nos
Estados Unidos, durante três meses, em clubes e universidades. Lançadas por
Sérgio Mendes, as músicas "Mas Que Nada" e "Chove Chuva"
chegam às paradas de sucesso americanas. Em seguida, suas músicas "Nena
Naná" e "Zazueira" são gravadas por Jose Feliciano e Herp
Albert, respectivamente – enquanto, no Brasil, sua carreira enfrentava certas
dificuldades. Em 1970, no Midem, em Cannes, Jorge Ben Jor seria muito aplaudido
por sua música "Domingas". Em 1972, realizaria temporadas em
Portugal, Itália e Japão, onde gravaria um disco ao vivo. Em 1975, realizaria
uma única apresentação no Teatro Sistina, em Roma, Itália, transmitida ao vivo
pela televisão italiana. Ainda nos anos 80, se tornaria muito popular no
exterior.
1967 – (o general gaúcho Costa e Silva assume a presidência do país)
Tom Jobim grava com Frank Sinatra
o álbum americano 'Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim', em que
Sinatra interpreta alguns dos maiores sucessos da bossa nova de autoria de
Jobim. O disco é um dos grandes marcos na história da bossa nova e da música
popular brasileira. Detalhe: por ciúmes, Sinatra não permitiu que Tom Jobim
tocasse piano por ser então o instrumento que mais prestígio dava aos músicos
norte-americanos – por isso, Tom tocou violão, seu segundo instrumento.
1968 – (início da guerrilha urbana no país)
Após a bossa nova, vários músicos
brasileiros incorporam o jazz em suas músicas. Buscando um formato brasileiro
estão o saxofonista Paulo Moura, a pianista Eliane Elias, a cantora Flora
Purim, Airto Moreira, Leo Gandelman, César Camargo Mariano, Victor Assis Brasil
(1945-1981) – um dos maiores saxofonistas de jazz do país –, Egberto Gismonti,
Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal, André Geraissati, Zimbo Trio e outros. A
dificuldade em se situar a atuação do jazz no Brasil está no fato dele aparecer
diluído no conceito abrangente de música instrumental.
1968 – (em 13 de dezembro, o Ato Institucional no.5 (AI-5) fecha o Congresso)
Com o lançamento do disco
'Tropicália – Panis Et Circenses', com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa,
Nara Leão, Os Mutantes e o maestro Rogério Duprat, o tropicalismo é
oficialmente reconhecido como manifesto e nova proposta musical, inspirado na
tese antropofágica da Semana de Arte Moderna de 22, possibilitando o
desdobramento do movimento em trabalhos individuais de seus principais
protagonistas em releituras e novas perspectivas para a música brasileira.
Participaram do movimento, Tom
Zé, os letristas Torquato Neto e Capinam, os maestros arranjadores Júlio
Medaglia e Damiano Cozzela. Pela defesa da música brasileira, o tropicalismo
incorporou, com muita polêmica, o uso da guitarra elétrica, de gêneros como o bolero,
o carnaval, as músicas de raiz e elementos do rock. O nome Tropicália foi
extraído por Caetano de uma instalação do artista plástico Hélio Oiticica.
A Evolução da Música Brasileira - ( IV )
1941 – (Getúlio Vargas funda a Companhia Siderúrgica Nacional, CSN
A cantora, atriz e bailarina,
nascida em Portugal, Carmem Miranda (1909-1955) é a primeira grande artista
brasileira a atingir sucesso internacional. Além de atuar e cantar sambas
vestida de baiana estilizada com uma fruteira tropical como chapéu, lançando
moda nos Estados Unidos como a Brazilian Bombshell do momento, Carmem Miranda
foi um dos maiores ícones mundiais da época, participando, em Hollywood, de
filmes como "Serenata Tropical" (Down Argentine Way, de Irving Cummings,
1940), "Uma Noite No Rio" (That Night In Rio, de Irving Cummings,
1941), "Entre a Loura e A Morena" (The Gang's All Here, de Busby
Berkely, 1943), "Copacabana", ao lado de Groucho Marx, de Alfred E.
Green, 1947 – e outros mais.
1943 – (Getúlio Vargas instala a Fábrica Nacional de Motores, FNM, no Rio)
Em Hollywood, o cineasta e
desenhista norte-americano Walt Disney inclui a música "Aquarela do
Brasil" , de Ary Barroso, alterando o título para "Brazil", e
versão em inglês, com grande sucesso em seu desenho, "Alô Amigos"
(Saludo Amigos). O samba-exaltação torna-se praticamente um segundo hino
brasileiro e abre definitivamente as fronteiras do mundo para a música
brasileira.
1946 – (o general Eurico Gaspar Dutra toma posse na presidência)
A música "Baião", do
pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) – com letra de Humberto Teixeira –,
desponta de Norte a Sul do país com a força de um novo estilo musical
revolucionário urbano derivado da música de raízes rurais e folclóricas
nordestinas. No começo dos anos 50, Luiz Gonzaga é o grande responsável pelo
nascimento do baião e por abrir caminho para novos nomes da música nordestina e
influenciar a música popular do Sul-Sudeste do país nos anos 60-70. Até o
surgimento da bossa nova, o baião foi o gênero musical brasileiro mais influente
no exterior.
1950 – (Getúlio Vargas é reeleito para presidente)
Muitos afirmam que a vindoura
bossa nova nasceria das reuniões de músicos, como Johnny Alf e João Donato, que
participavam das chamadas samba sessions, no Sinatra-Farney Fan Club, no Rio de
Janeiro. Das jam sessions na boate Plaza, em Copacabana, a partir de 1955, com
Luiz Eça, Milton Banana, Alf, Donato e outros. O termo bossa nova, derivado da
popular gíria carioca 'bossa', já era conhecido desde os anos 40. No Rio de
Janeiro, proliferam-se as recentes boates onde pequenos conjuntos instrumentais
fazem as primeiras misturas de jazz e samba.
1955 – (Juscelino Kubitschek é eleito presidente)
Com fortes ecos dos Estados
Unidos e Inglaterra, o rock'n'roll aterrisa incipiente no país através de
versões, quando Nora Ney grava a versão "Rock Around The Clock". A
primeira grande estrela do gênero é Celly Campelo (1942-) com os hits
"Estúpido Cupido" e
"Banho de Lua" já no início dos anos 60. O rock'n'roll
populariza-se com outras versões de sucessos norte-americanos, por Nick Savóia
e Ronnie Cord (1943-). Outros nomes são Tony Campello, irmão de Celly, Wilson
Miranda, Sérgio Murillo e demais. Logo depois, seria totalmente absorvido e
adaptado pelo movimento jovem guarda.
1955 – (militares sugerem um golpe de estado)
Em maio, com a gravação de
"Saudosa Maloca" pelo grupo Demônios da Garoa, Adoniran Barbosa
(1910-1982) firma o seu estilo peculiar que o tornaria célebre como o mais fiel
cronista das camadas populares paulistanas, inspirando-se no linguajar dos
diferentes grupos de imigrantes, predominantemente o italiano. Outros grandes
sucessos de Adoniran Barbosa foram: "O Samba do Arnesto" (com
Alocim), "Tiro Ao Álvaro" (com Osvaldo Moles), e o enorme sucesso de
"Trem das Onze", de 1964, novamente com os Demônios da Garoa. Em
1974, lançou seu primeiro LP solo como cantor. É tido como o maior compositor
popular da capital de São Paulo, e recebeu grande homenagem, em 1980, num show
com Elis Regina, Djavan, Clementina de Jesus, Clara Nunes, MPB-4, Carlinhos
Vergueiro, Gonzaguinha, Vânia Carvalho, e os grupos Talismã e Nosso Samba.
1955 – A indústria fonográfica brasileira já representa um dos mais
importantes segmentos econômicos do país – começa-se a instituir a pesquisa de
mercado para aferição do gosto público.
1958 – (era desenvolvimentista de Juscelino Kubitscheck)
O disco da cantora Elizeth
Cardoso, 'Canção do Amor Demais', com a primeira gravação do futuro clássico
"Chega de Saudade" (Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes), e
participação especial do baiano João Gilberto no violão, inaugura oficialmente
a bossa nova. Mas, seis meses depois, no dia 10 de julho de 1958, o tema
surgeria em sua forma definitiva no disco de 78 rpm de João Gilberto –
"Chega de Saudade" – já com o seu violão revolucionário (também
conhecido como "violão gago") e seu jeito realmente bossa nova e
pioneiro de cantar.
1959 – (época das Ligas Camponesas)
A primeira introdução
internacional da bossa nova acontece através da trilha sonora do filme "Black
Orpheus" - a partir da suite musical de Vinícius de Moraes -, do diretor
francês Marcel Camus, vencedor do grande prêmio do Festival de Cannes e Melhor
Filme Estrangeiro do Oscar, no mesmo ano.
1960 – (Juscelino Kubitschek inaugura Brasília)
Pela primeira vez na história da
música brasileira, surge o termo MPB – Música Popular Brasileira – empregado
por Ary Barroso na contra-capa do disco 'Bossa Nova', de Carlos Lyra. De década
a década, o termo MPB mudaria sua abrangência de estilos e ampliaria seu
significado. Da elite de músicos dos anos 70 – com Caetano Veloso, Gilberto
Gil, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Milton Nascimento e outros – à
hoje, o termo representa basicamente quase todo o tipo de música brasileira à
exceção do pop-rock
1960 – (a economia brasileira cresce 7% ao ano)
Popularizam-se as freqüências do
público nos ensaios das escolas de samba, inclusive como forma das agremiações
obterem algum tipo de renda fora da época dos desfiles com os seus patrocínios,
para garantir parte dos custos de preparação das infra-estruturas durante o
resto do ano, através da cobrança mínima dos ingressos por parte de algumas
delas.
1962 – (João Goulart ocupa a presidência deixada por Jânio Quadros)
Na quarta-feira do dia 21 de
novembro, às 20h30, realiza-se no Carnegie Hall, em Nova York, Estados Unidos,
o primeiro e lendário Festival de Bossa Nova (também introduzido como New
Brazilian Jazz) com apresentação de João Gilberto, Tom Jobim, Edu Lobo, Bola
Sete, Sérgio Ricardo, Sérgio Mendes e outros. É o lançamento internacional
oficial e em grande estilo da bossa nova com muita repercussão nos Estados
Unidos e Brasil.
1962 – (os setores militares se fortalecem no país)
A primeira grande influência da bossa nova nos Estados
Unidos, sucesso que populariza o gênero no país e credencia os americanos a
adotarem o estilo, é o disco 'Jazz Samba', do guitarrista Charlie Byrd e do
saxofonista Stan Getz. A bossa nova é a maior sensação norte-americana no
começo dos anos 60, sendo suplantada apenas pelo surgimento dos Beatles.
1964 – (golpe militar derruba o governo de João Goulart, em 31 de março)
No ano do início
da ditadura militar brasileira, acontece, no Rio de Janeiro, o histórico e
militante show Opinião, com músicas do maranhense João do Vale (1934-1996) e
direção de Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa. Foi nesse
espetáculo, interpretando a música "Carcará" (João do Vale e José
Cândido) que foi lançada a cantora baiana Maria Bethânia. Também participaram
do evento Nara Leão (1942-1989) e Zé Kéti. O acontecimento foi um marco na
história da música popular brasileira.
A Evolução da Música Brasileira - ( III )
1917 – (época áurea dos Coronéis do Sertão)
Considerado o nascimento oficial do samba, a
gravação de "Pelo Telefone", de Donga (1889-1974) e Mauro de Almeida
(1882-1956), na voz de Bahiano, alcançou enorme sucesso nacional e estabeleceu
novos padrões para as canções de carnaval. Este típico samba carioca, que mistura
maxixe com frases rítmicas do folclore baiano, mais tarde espalha-se pelo
Brasil e domina o carnaval. Nessa fase, os principais compositores são Sinhô
(1888-1930), Ismael Silva (1905-1978) e Heitor dos Prazeres (1898-1966). A
partir da década de 20, surgem vários e diferentes tipos de samba.
1917 – No carnaval da época, o compositor, instrumentista e
arranjador Pixinguinha (1897-1973) grava o seu primeiro disco, de maxixes, pela
Odeon. Ele é o músico mais importante a estabelecer as bases da música popular
e do choro, um recém-criado estilo de música brasileira instrumental (1880) com
características de improvisação semelhante à do jazz.
1920 – No Rio de Janeiro, quase no final da década, surgem as primeiras escolas de samba, que já haviam sido esboçadas desde o surgimento dos entrudos, dos ranchos carnavalescos e dos cordões fantasiados. A primeira escola de samba – a Deixa Falar – surgiu no Largo do Estácio, no antigo Rio. Surgem também os primeiros moradores das favelas cariocas e do assim chamado 'samba do morro'.
1920 – Popularizam-se no Rio, e em São Paulo, o gramofone, as vitrolas, as orquestras de cinema mudo, posteriormente o próprio cinema falado e – principalmente – as primeiras gafieiras que tocavam sambas, maxixes, marchas, jazz e valsas. Logo surgiriam as jazz-bands brasileiras como a Orquestra Pan-Americana, American Jazz-Band, de Silvio de Sousa, Jazz-Band Sul-Americana, de Romeu Silva e outras mais. Tudo isso impulsiona em muito a divulgação da música brasileira.
1920 – No Rio de Janeiro, quase no final da década, surgem as primeiras escolas de samba, que já haviam sido esboçadas desde o surgimento dos entrudos, dos ranchos carnavalescos e dos cordões fantasiados. A primeira escola de samba – a Deixa Falar – surgiu no Largo do Estácio, no antigo Rio. Surgem também os primeiros moradores das favelas cariocas e do assim chamado 'samba do morro'.
1920 – Popularizam-se no Rio, e em São Paulo, o gramofone, as vitrolas, as orquestras de cinema mudo, posteriormente o próprio cinema falado e – principalmente – as primeiras gafieiras que tocavam sambas, maxixes, marchas, jazz e valsas. Logo surgiriam as jazz-bands brasileiras como a Orquestra Pan-Americana, American Jazz-Band, de Silvio de Sousa, Jazz-Band Sul-Americana, de Romeu Silva e outras mais. Tudo isso impulsiona em muito a divulgação da música brasileira.
1920-50 – (época das Revoltas Tenentistas)
Antecedendo a bossa nova, surge o
samba-canção, um tipo mais lento, melancólico e romântico, orquestral e
instrospectivo do gênero, também conhecido como samba de meio do ano, ou seja,
aquele lançado depois dos sambas de carnaval. Sob forte influência do bolero, o
samba-canção se firmaria mesmo a partir de 1930. Seus primeiros compositores
foram Joubert de Carvalho, Henrique Vogeler, Heckel Tavares e Sinhô. Os maiores
intérpretes são Francisco Alves, Orlando Silva, Dolores Duran, Marlene, Isaura
Garcia, Elizeth Cardoso, Zezé Gonzaga, Dalva de Oliveira, Caubi Peixoto, Angela
Maria e Maysa. O primeiro grande sucesso do gênero é "Linda Flor"
(Ai, Ioiô), de 1929, composta por Vogeler, Luís Peixoto e Marques Porto,
gravado por Vicente Celestino e Araci Cortes. Outros como "Último
Desejo", de Noel Rosa; "Eu Sinto Uma Vontade de Chorar", de
Dunga; "Menos Eu", de Roberto Martins e Jorge Faraj – e muitos mais.
1922 – (surgem movimentos de insurreição contra a República Velha)
Na polêmica e então contestada
Semana de Arte Moderna de 22, idealizada inicialmente por Graça Aranha e Ronald
de Carvalho, mais precisamente entre 11 e 18 de fevereiro, no Teatro Municipal
de São Paulo, um dos fatos marcantes do irreverente movimento de cunho
antropofágico nacionalista, que buscava, numa primeira tentativa no país, uma
identidade própria para a cultura brasileira, foi a apresentação do compositor
erudito-popular e regente carioca Heitor Villa-Lobos (1887-1959), diante da
orquestra, trajado a rigor mas calçando chinelos, interpretado como ato de
ousadia quando, na verdade, estava doente de um pé.
1926 – (época da Coluna Prestes, em São Paulo)
Em novembro, no Teatro Municipal
de São Paulo, acontece o famoso recital da paulista Guiomar Novaes (1894-1979),
magnífica pianista de impressionante carreira internacional que durante anos
fez contraponto com a colega erudita carioca Magdalena Tagliaferro (1894-1986)
– outra espetacular pianista de projeção mundial. Guiomar Novaes já havia sido
um dos grandes destaques na Semana de Arte Moderna de 22, interpretando
Villa-Lobos, no mesmo Teatro Municipal de São Paulo.
1926 – (época do governo de Washington Luís)
A mais importante soprano lírica
da história da música brasileira – Bidu Sayão (1902-1998) – rouba a cena da
temporada no Teatro Municipal de São Paulo e abre a temporada lírica do Teatro
Municipal do Rio de Janeiro. Ela começava a pronunciar-se com o requinte e a
beleza que a tornariam uma estrela internacional durante décadas. Em 1935,
seria escolhida pelo lendário regente Arturo Toscanini (1867-1957) a integrar a
Orquestra Filarmônica de Nova York. Em 1938, cantaria para o Presidente
norte-americano Franklin D. Roosevelt, na Casa Branca, em Washington D.C. Em
1995, seria homenageada pela escola de samba carioca Beija-Flor, de Nilópolis.
1930 – (eclode a Revolução de 1930, que acaba com a República Velha)
Acontece o primeiro grande
sucesso do sambista carioca de Vila Isabel Noel Rosa (1910-1937) – "Com
Que Roupa", já com toda sua proverbial verve crítica e humorística sobre a
vida carioca, marca registrada de toda sua obra. Em 1931, viriam "Eu Vou
Pra Vila", "Gago Apaixonado", "Malandro Medroso" e
"Quem Dá Mais". Em 1932, conheceria o compositor Vadico, um de seus
mais importantes parceiros, com quem faria
alguns de seus maiores sambas como "Feitio de Oração" (1933),
"Feitiço da Vila" (1934), "Conversa de Botequim" (1935) e
muitas outras. Sua maior intérprete seria
mesmo a cantora 'malandra' Araci de Almeida (1914-1988), desde 1935,
sendo que ela, ao regravá-lo em 1950, traria à luz a importância incontestável
desse monumental sambista. De saúde muito debilitada durante sua vida inteira,
Noel Rosa morreria jovem, aos 26 anos, no dia 4 de maio de 1937, mas deixaria
um impressionante repertório de 230 composições. É um nome obrigatório no
registro da história da música popular brasileira.
1930-46 – (transição para a Era Vargas)
Época áurea do rádio com seus
populares programas ao vivo de música de auditório, no Rio de Janeiro, com Ary
Barroso (na lendária Rádio Mayrink Veiga), e outros em São Paulo – e as
disputas acirradas entre orquestras, os 'cantores do rádio' (Francisco Alves,
Orlando Silva, Silvio Caldas e demais) e as 'rainhas do rádio', sendo as
cantoras Emilinha Borba e Marlene as maiores. Ao mesmo tempo em que a época do
rádio marcaria o declínio do choro, esse estrondoso fenômeno musical de massa
teria a sua própria decadência com o fim da era das grandes orquestras no
Brasil e a chegada da televisão, em 1950.
1938-45 – (o mais famoso cangaceiro, Lampião (Capitão Virgulino) e sua companheira Maria Bonita são mortos, em 1938, entre Bahia e Sergipe)
Período em que o compositor e
regente Heitor Villa-Lobos (1887-1959) compõe a Bachiana no. 5 – da célebre
série de 9 – para canto e orquestra de violoncelos, sendo esta a mais admirada
e tocada de todas, tendo sido, por vários anos, um dos discos mais vendidos nos
Estados Unidos. Na época, porém, foi muito atacado pelos críticos brasileiros
por este conjunto de obras inspiradas na atmosfera musical de Johann Sebastian
Bach (1685-1750), considerado pelo autor um manancial folclórico universal,
intermediário de todos os povos. Os críticos consideraram As Bachianas um recuo
na obra de quem havia escrito os famosos 14 Choros – escritos de 1920 a 1929 –,
obras compostas na inspiração de suas longas viagens por quase todo o Brasil (e
seus sertões), durante anos, e por sua paixão e convivência prolongada com os
"chorões" cariocas. Ainda que As Bachianas representassem uma valiosa
experiência de justaposição de certos ambientes harmônicos e de contrapontos de
algumas regiões do Brasil ao estilo de Bach, os Choros foram tidos como um rico
material inato para a criação da música autenticamente brasileira. Mas, por
toda sua gigantesca obra deixada e seus empreendimentos didáticos sociais,
Villa-Lobos é considerado o mais importante gênio musical do continente, no
século XX, dotado de uma chama criadora extraordinária que atravessou
fronteiras, empolgou críticos e multidões, superando todos os preconceitos.
1939 – (Getúlio Vargas cria a Justiça do Trabalho e o Departamento de Imprensa e Propaganda, DPI)
A primeira e mais importante
música exportada aos Estados Unidos e Europa é "Aquarela do Brasil",
de Ary Barroso (1903-1964), e que inaugura o gênero samba-exaltação. A música
foi gravada por Araci Cortes e depois por Cândido Botelho e Francisco Alves. O
Estado Novo ditatorial e nacionalista de Getúlio Vargas, que muito apreciou
esse novo tipo de samba, por motivos óbvios e pelo alcance internacional, passa
a recomendar aos compositores populares que abandonem o tema da malandragem
carioca em suas músicas. Inspirado na típica figura do Rio de Janeiro, e a
partir da 'política de boa vizinhança americana', o desenhista Walt Disney
viria ao Brasil criar o personagem Zé Carioca.
1940 – (o salário mínimo é instituído por Getúlio Vargas)
No Teatro Municipal do Rio de
Janeiro, acontece a primeira regência do maestro e compositor cearense Eleazar
de Carvalho (1912-1996). Em julho de 1943, fez sua estréia como regente, no
Teatro Municipal de São Paulo, que foi outro grande acontecimento destinado a
entrar para a história. Graças ao seu empenho e dedicação, Eleazar teria mais
tarde seu nome profundamente ligado ao Teatro Municipal de São Paulo, por
décadas.
A Evolução da Música Brasileira - ( II )
1870 – (período posterior à Guerra do Paraguai)
Em 19 de março, na Itália, estréia no lendário Teatro Scala
de Milão, a obra máxima do maestro-compositor brasileiro paulista Carlos Gomes
(1836-1896) – a ópera O Guarani –, baseado na romance de José de Alencar, com
libreto inicial do poeta Antonio Scalvini, concluído por Carlo d'Orneville. O
sucesso e impacto de O Guarani levou o compositor e maestro Giuseppi Verdi ao
comentário entusiasmado de que Carlos Gomes era de fato um "vero genio
musicale". Depois de encenada 12 vezes no Scala, a ópera percorre toda a
Europa com grande sucesso. Com ela, pela primeira vez, nascia o Brasil para o
mundo musical . Em 2 de agosto, Carlos Gomes regressa ao Brasil como um
verdadeiro herói, e prepara sua ópera – já com a famosa protofonia, não
apresentada na Europa, e que se tornaria como um segundo hino nacional – no
Teatro Lírico Fluminense, no dia 2 de dezembro, em homenagem ao aniversário de
Dom Pedro II. Carlos Gomes foi, sem dúvida, o maior compositor das Américas no
século XIX.
Diretamente da então Cidade Nova
e dos lendários cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro, nasce o maxixe – a primeira
dança de par e gênero musical modernos genuinamente brasileiros. Ele surge da
mistura do lundu com o tango argentino, a habanera cubana e a polca. O maxixe
foi considerado tão escandaloso e polêmico quanto o lundu há quase 100 anos
atrás pela extrema sensualidade de sua dança e pelo uso freqüente da gíria
carioca quando cantado. A complexidade de seus passos parafusos, quedas,
saca-rolha, balão, corta-capim, carrapeta (etc.), marcaria o fim do gênero
musical em meados do século seguinte. Detalhe: as quadrilhas se transformam em
exclusivas e pitorescas danças folclóricas de São João.
No Rio de Janeiro, acontece a
época áurea dos 'entrudos' (do latim introitus), uma herança genuinamente
portuguesa dos primeiros blocos de foliões de rua (formados pela população
migratória rural nordestina) que antecede e prenuncia o surgimento dos blocos
de carnaval, inicialmente conhecidos como cordões. Os arruaceiros entrudos não
são bem aceitos – pela nova sociedade carioca que se estabelece – pela
violência de suas manifestações, cujos participantes esguicham jatos d'água em
bisnagas, jogam baldes d'água, limões de cheiro e atiram farinha na cara dos
transeuntes como forma de diversão.
Surge o choro (chorinho), no Rio
de Janeiro, através de pequenos grupos instrumentais formados por modestos
funcionários dos Correios e Telégrafos, da Alfândega e da Estrada de Ferro
Central do Brasil, que se reúnem nos subúrbios cariocas com suas flautas,
cavaquinhos e violões. A mágoa e a nostalgia deram o nome ao gênero, sendo a
improvisação sua condição básica. No começo da República, outros instrumentos
seriam incorporados. As festas das quais os chorões participavam já eram
chamadas de pagodes. Os músicos Joaquim Antônio da Silva Calado (1848-1880) e o
flautista Viriato Figueira da Silva (1851-1883) são dois de seus criadores.
Outros grandes chorões: Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Anacleto de Medeiros
(1866-1907), Irineu Batina (1890-1916), Mário Cavaquinho (XIX-XX), Sátiro
Bilhar (?-1927), Candinho Trombone (1879-1960), Ernesto Nazaré (1863-1934) e
Pixinguinha (1897-1973). Esta é também a época das serenatas de fins de noite.
Antecedendo o surgimento
das orquestras, é a época do apogeu das bandas e fanfarras da República Velha
como a Banda do Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro, a Banda do Corpo
de Marinheiros, a Banda da Guarda Nacional, a Banda do Batalhão Municipal, a
popular e sempre simpática Banda do Corpo de Bombeiros (dirigida por Anacleto
de Medeiros [1866-1907]) e a Banda do Batalhão Municipal.
Surge o frevo em Recife,
Pernambuco. Um dos mais importantes gêneros musicais e danças do país. O frevo
nasce da polca-marcha e tem sua linha determinada pelo capitão José Lourenço da
Silva (Zuzinha), maestro ensaiador das bandas da brigada militar de Pernambuco.
Como dança de multidão, o ritmo é frenético e contagiante, de coreografia
individual improvisada e inspirada na capoeira, apoiada no uso de sombrinhas e
guarda-chuvas. Detalhe: no Rio de Janeiro, a população atingia a marca de
522.651 habitantes.
No Rio de Janeiro, por
solicitação dos crioulos integrantes do cordão Rosas de Ouro, a pioneira
compositora carioca de classe média Chiquinha Gonzaga (1847-1935) – a primeira
mulher a reger uma orquestra no Brasil (em 1885) –, compõe a primeira marcha
carnavalesca da história da música brasileira chamada "Ô Abre Alas",
um enorme sucesso e de grande influência na consolidação das bases iniciais da
música popular brasileira.
1875 – (Império: primeiro choque entre a maçonaria e a hierarquia católica pelo poder)
1880 – (criação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, no Rio)
1880 – (o país é tomado pela causa abolicionista)
1889 – (proclamação da República pelo marechal alagoano Manuel Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro, no Rio de Janeiro)
1890 – (chega o anarquismo trazido por italianos)
1899 – (época da destruição de Canudos, de Antônio Conselheiro, na Bahia)
1900 – (era da presidência de Campos Salles)
Depois de um longo período de
recusa e hostilização por parte da elite brasileira, os rituais e –
principalmente – os ritmos do candomblé e umbanda são oficialmente aceitos como
parte integrante da cultura brasileira. Preservam-se as músicas, escalas
musicais, instrumentos como agogô, cuíca, atabaque, e suas ricas bases
polirítmicas.
1900 – (era da "política dos governadores")
O Brasil republicano continua
recebendo a primeira grande e importante leva de imigrantes europeus e
asiáticos como italianos, alemães, japoneses, libaneses, aumentando a
miscigenação e a influência musical desses povos em sua música.
Acontece a primeira gravação para um disco brasileiro, com o famoso tema lundu intitulado "Isto É Bom", escrito pelo músico baiano Xisto Bahia (1841-1894) e cantado por Baiano (Manuel Pedro dos Santos, 1870-1944), para a gravadora Casa Edison.
1902 – (café-com-leite: paulistas e mineiros se alternam no poder)
Acontece a primeira gravação para um disco brasileiro, com o famoso tema lundu intitulado "Isto É Bom", escrito pelo músico baiano Xisto Bahia (1841-1894) e cantado por Baiano (Manuel Pedro dos Santos, 1870-1944), para a gravadora Casa Edison.
1910-11 – ("revolta dos marinheiros", no Rio de Janeiro)
Respectivamente, são construídos
os dois dos mais importantes teatros no Brasil – o Teatro Municipal do Rio de
Janeiro, e o Teatro Municipal de São Paulo.
1913 – (violentos conflitos na divisa de Santa Catarina e Paraná)
Em São Paulo, registra-se uma
modalidade de samba tipicamente paulista –
herdeiro do batuque – chamado Samba-de-Pirapora, ou Samba-de-Campineiro,
principalmente em quatro importantes centros urbanos da capital como na Barra
Funda, Bela Vista (no Bexiga) – nas festas de Nossa Senhora de Achiropita, no
dia 15 de agosto, na Rua 13 de Maio –,
na baixada do Glicério e Bosque da Saúde. A cidade de Pirapora foi o
mais importante centro de encontro e difusão do samba paulista – nas festas de
Bom Jesus, no mês de agosto –, também conhecido como samba-de-bumbo, onde
reuniam-se numerosos músicos predominantemente negros vindos de Campinas,
Barueri, Tietê e cidades vizinhas. Diferente do Rio, em São Paulo, não se usava
o samba para os desfiles de carnaval dos cordões e ranchos, mas sim as
marchas-ranchos e o choro. Os paulistas somente aderem ao samba, no carnaval,
no fim dos anos 20.
1914 – (Primeira Guerra Mundial)
Em São Paulo, no dia 12 de março,
é fundado o Grupo Carnavalesco Barra Funda, precursor da Escola de Samba Camisa
Verde e Branco, que também ia regularmente aos encontros e festejos de
Pirapora, no interior do estado. O pioneiro grupo paulista tinha apenas doze
integrantes vestidos de camisas verdes, calças brancas e chapéus de palha –
tocavam um pandeiro e chocalhos de madeira com tampinhas de garrafas de
cerveja.
1914 – (início de uma época de revoltas brasileiras)
Durante a Primeira Grande Guerra,
e pela primeira vez em sua história, a música brasileira chama a atenção da
Europa com o estilo embrionário e provocativo do samba – o maxixe –, que se
torna um dos maiores sucessos de dança no velho continente até 1922.
1914 – Embora tenha surgido desde meados do século passado, é somente neste ano que as chamadas canções sertanejas se popularizam entre as classes média e alta, a partir da toada "Cabocla di Caxanga", de João Pernambuco (1883-1947) e Catulo da Paixão Cearense (1886-1946), dois dos maiores nomes na história do gênero. A partir de 1920, o termo é designado por compositores profissionais urbanos para identificar as estilizações de ritmos rurais que abrangiam modas, toadas, cateretês, chulas, batuques e emboladas. De acordo com os primeiros estudiosos do estilo, música sertaneja poderia também compreender o xaxado, o baião e toda manifestação musical das regiões Norte-Nordeste, produzida no sertão e longe da cultura das grandes cidades. O gênero ficaria fortemente associado ao estilo caipira das modas de viola. Dos pioneiros da música sertaneja de raiz, ou música caipira, destacam-se Tonico e Tinoco, Cascatinha & Inhana ("Índia"), Inezita Barroso, Pena Branca e Xavantinho, Alvarenga e Ranchinho, Matogrosso e Matias, Irmãs Galvão, os comediantes Jararaca e Ratinho, Cornélio Pires, Ariovaldo Pires, Raul Torres, Teixeirinha ("Churrasquinho de Mãe") e outros.
1914 – Embora tenha surgido desde meados do século passado, é somente neste ano que as chamadas canções sertanejas se popularizam entre as classes média e alta, a partir da toada "Cabocla di Caxanga", de João Pernambuco (1883-1947) e Catulo da Paixão Cearense (1886-1946), dois dos maiores nomes na história do gênero. A partir de 1920, o termo é designado por compositores profissionais urbanos para identificar as estilizações de ritmos rurais que abrangiam modas, toadas, cateretês, chulas, batuques e emboladas. De acordo com os primeiros estudiosos do estilo, música sertaneja poderia também compreender o xaxado, o baião e toda manifestação musical das regiões Norte-Nordeste, produzida no sertão e longe da cultura das grandes cidades. O gênero ficaria fortemente associado ao estilo caipira das modas de viola. Dos pioneiros da música sertaneja de raiz, ou música caipira, destacam-se Tonico e Tinoco, Cascatinha & Inhana ("Índia"), Inezita Barroso, Pena Branca e Xavantinho, Alvarenga e Ranchinho, Matogrosso e Matias, Irmãs Galvão, os comediantes Jararaca e Ratinho, Cornélio Pires, Ariovaldo Pires, Raul Torres, Teixeirinha ("Churrasquinho de Mãe") e outros.
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