1917 – (época áurea dos Coronéis do Sertão)
Considerado o nascimento oficial do samba, a
gravação de "Pelo Telefone", de Donga (1889-1974) e Mauro de Almeida
(1882-1956), na voz de Bahiano, alcançou enorme sucesso nacional e estabeleceu
novos padrões para as canções de carnaval. Este típico samba carioca, que mistura
maxixe com frases rítmicas do folclore baiano, mais tarde espalha-se pelo
Brasil e domina o carnaval. Nessa fase, os principais compositores são Sinhô
(1888-1930), Ismael Silva (1905-1978) e Heitor dos Prazeres (1898-1966). A
partir da década de 20, surgem vários e diferentes tipos de samba.
1917 – No carnaval da época, o compositor, instrumentista e
arranjador Pixinguinha (1897-1973) grava o seu primeiro disco, de maxixes, pela
Odeon. Ele é o músico mais importante a estabelecer as bases da música popular
e do choro, um recém-criado estilo de música brasileira instrumental (1880) com
características de improvisação semelhante à do jazz.
1920 – No Rio de Janeiro, quase no final da década, surgem as primeiras escolas de samba, que já haviam sido esboçadas desde o surgimento dos entrudos, dos ranchos carnavalescos e dos cordões fantasiados. A primeira escola de samba – a Deixa Falar – surgiu no Largo do Estácio, no antigo Rio. Surgem também os primeiros moradores das favelas cariocas e do assim chamado 'samba do morro'.
1920 – Popularizam-se no Rio, e em São Paulo, o gramofone, as vitrolas, as orquestras de cinema mudo, posteriormente o próprio cinema falado e – principalmente – as primeiras gafieiras que tocavam sambas, maxixes, marchas, jazz e valsas. Logo surgiriam as jazz-bands brasileiras como a Orquestra Pan-Americana, American Jazz-Band, de Silvio de Sousa, Jazz-Band Sul-Americana, de Romeu Silva e outras mais. Tudo isso impulsiona em muito a divulgação da música brasileira.
1920 – No Rio de Janeiro, quase no final da década, surgem as primeiras escolas de samba, que já haviam sido esboçadas desde o surgimento dos entrudos, dos ranchos carnavalescos e dos cordões fantasiados. A primeira escola de samba – a Deixa Falar – surgiu no Largo do Estácio, no antigo Rio. Surgem também os primeiros moradores das favelas cariocas e do assim chamado 'samba do morro'.
1920 – Popularizam-se no Rio, e em São Paulo, o gramofone, as vitrolas, as orquestras de cinema mudo, posteriormente o próprio cinema falado e – principalmente – as primeiras gafieiras que tocavam sambas, maxixes, marchas, jazz e valsas. Logo surgiriam as jazz-bands brasileiras como a Orquestra Pan-Americana, American Jazz-Band, de Silvio de Sousa, Jazz-Band Sul-Americana, de Romeu Silva e outras mais. Tudo isso impulsiona em muito a divulgação da música brasileira.
1920-50 – (época das Revoltas Tenentistas)
Antecedendo a bossa nova, surge o
samba-canção, um tipo mais lento, melancólico e romântico, orquestral e
instrospectivo do gênero, também conhecido como samba de meio do ano, ou seja,
aquele lançado depois dos sambas de carnaval. Sob forte influência do bolero, o
samba-canção se firmaria mesmo a partir de 1930. Seus primeiros compositores
foram Joubert de Carvalho, Henrique Vogeler, Heckel Tavares e Sinhô. Os maiores
intérpretes são Francisco Alves, Orlando Silva, Dolores Duran, Marlene, Isaura
Garcia, Elizeth Cardoso, Zezé Gonzaga, Dalva de Oliveira, Caubi Peixoto, Angela
Maria e Maysa. O primeiro grande sucesso do gênero é "Linda Flor"
(Ai, Ioiô), de 1929, composta por Vogeler, Luís Peixoto e Marques Porto,
gravado por Vicente Celestino e Araci Cortes. Outros como "Último
Desejo", de Noel Rosa; "Eu Sinto Uma Vontade de Chorar", de
Dunga; "Menos Eu", de Roberto Martins e Jorge Faraj – e muitos mais.
1922 – (surgem movimentos de insurreição contra a República Velha)
Na polêmica e então contestada
Semana de Arte Moderna de 22, idealizada inicialmente por Graça Aranha e Ronald
de Carvalho, mais precisamente entre 11 e 18 de fevereiro, no Teatro Municipal
de São Paulo, um dos fatos marcantes do irreverente movimento de cunho
antropofágico nacionalista, que buscava, numa primeira tentativa no país, uma
identidade própria para a cultura brasileira, foi a apresentação do compositor
erudito-popular e regente carioca Heitor Villa-Lobos (1887-1959), diante da
orquestra, trajado a rigor mas calçando chinelos, interpretado como ato de
ousadia quando, na verdade, estava doente de um pé.
1926 – (época da Coluna Prestes, em São Paulo)
Em novembro, no Teatro Municipal
de São Paulo, acontece o famoso recital da paulista Guiomar Novaes (1894-1979),
magnífica pianista de impressionante carreira internacional que durante anos
fez contraponto com a colega erudita carioca Magdalena Tagliaferro (1894-1986)
– outra espetacular pianista de projeção mundial. Guiomar Novaes já havia sido
um dos grandes destaques na Semana de Arte Moderna de 22, interpretando
Villa-Lobos, no mesmo Teatro Municipal de São Paulo.
1926 – (época do governo de Washington Luís)
A mais importante soprano lírica
da história da música brasileira – Bidu Sayão (1902-1998) – rouba a cena da
temporada no Teatro Municipal de São Paulo e abre a temporada lírica do Teatro
Municipal do Rio de Janeiro. Ela começava a pronunciar-se com o requinte e a
beleza que a tornariam uma estrela internacional durante décadas. Em 1935,
seria escolhida pelo lendário regente Arturo Toscanini (1867-1957) a integrar a
Orquestra Filarmônica de Nova York. Em 1938, cantaria para o Presidente
norte-americano Franklin D. Roosevelt, na Casa Branca, em Washington D.C. Em
1995, seria homenageada pela escola de samba carioca Beija-Flor, de Nilópolis.
1930 – (eclode a Revolução de 1930, que acaba com a República Velha)
Acontece o primeiro grande
sucesso do sambista carioca de Vila Isabel Noel Rosa (1910-1937) – "Com
Que Roupa", já com toda sua proverbial verve crítica e humorística sobre a
vida carioca, marca registrada de toda sua obra. Em 1931, viriam "Eu Vou
Pra Vila", "Gago Apaixonado", "Malandro Medroso" e
"Quem Dá Mais". Em 1932, conheceria o compositor Vadico, um de seus
mais importantes parceiros, com quem faria
alguns de seus maiores sambas como "Feitio de Oração" (1933),
"Feitiço da Vila" (1934), "Conversa de Botequim" (1935) e
muitas outras. Sua maior intérprete seria
mesmo a cantora 'malandra' Araci de Almeida (1914-1988), desde 1935,
sendo que ela, ao regravá-lo em 1950, traria à luz a importância incontestável
desse monumental sambista. De saúde muito debilitada durante sua vida inteira,
Noel Rosa morreria jovem, aos 26 anos, no dia 4 de maio de 1937, mas deixaria
um impressionante repertório de 230 composições. É um nome obrigatório no
registro da história da música popular brasileira.
1930-46 – (transição para a Era Vargas)
Época áurea do rádio com seus
populares programas ao vivo de música de auditório, no Rio de Janeiro, com Ary
Barroso (na lendária Rádio Mayrink Veiga), e outros em São Paulo – e as
disputas acirradas entre orquestras, os 'cantores do rádio' (Francisco Alves,
Orlando Silva, Silvio Caldas e demais) e as 'rainhas do rádio', sendo as
cantoras Emilinha Borba e Marlene as maiores. Ao mesmo tempo em que a época do
rádio marcaria o declínio do choro, esse estrondoso fenômeno musical de massa
teria a sua própria decadência com o fim da era das grandes orquestras no
Brasil e a chegada da televisão, em 1950.
1938-45 – (o mais famoso cangaceiro, Lampião (Capitão Virgulino) e sua companheira Maria Bonita são mortos, em 1938, entre Bahia e Sergipe)
Período em que o compositor e
regente Heitor Villa-Lobos (1887-1959) compõe a Bachiana no. 5 – da célebre
série de 9 – para canto e orquestra de violoncelos, sendo esta a mais admirada
e tocada de todas, tendo sido, por vários anos, um dos discos mais vendidos nos
Estados Unidos. Na época, porém, foi muito atacado pelos críticos brasileiros
por este conjunto de obras inspiradas na atmosfera musical de Johann Sebastian
Bach (1685-1750), considerado pelo autor um manancial folclórico universal,
intermediário de todos os povos. Os críticos consideraram As Bachianas um recuo
na obra de quem havia escrito os famosos 14 Choros – escritos de 1920 a 1929 –,
obras compostas na inspiração de suas longas viagens por quase todo o Brasil (e
seus sertões), durante anos, e por sua paixão e convivência prolongada com os
"chorões" cariocas. Ainda que As Bachianas representassem uma valiosa
experiência de justaposição de certos ambientes harmônicos e de contrapontos de
algumas regiões do Brasil ao estilo de Bach, os Choros foram tidos como um rico
material inato para a criação da música autenticamente brasileira. Mas, por
toda sua gigantesca obra deixada e seus empreendimentos didáticos sociais,
Villa-Lobos é considerado o mais importante gênio musical do continente, no
século XX, dotado de uma chama criadora extraordinária que atravessou
fronteiras, empolgou críticos e multidões, superando todos os preconceitos.
1939 – (Getúlio Vargas cria a Justiça do Trabalho e o Departamento de Imprensa e Propaganda, DPI)
A primeira e mais importante
música exportada aos Estados Unidos e Europa é "Aquarela do Brasil",
de Ary Barroso (1903-1964), e que inaugura o gênero samba-exaltação. A música
foi gravada por Araci Cortes e depois por Cândido Botelho e Francisco Alves. O
Estado Novo ditatorial e nacionalista de Getúlio Vargas, que muito apreciou
esse novo tipo de samba, por motivos óbvios e pelo alcance internacional, passa
a recomendar aos compositores populares que abandonem o tema da malandragem
carioca em suas músicas. Inspirado na típica figura do Rio de Janeiro, e a
partir da 'política de boa vizinhança americana', o desenhista Walt Disney
viria ao Brasil criar o personagem Zé Carioca.
1940 – (o salário mínimo é instituído por Getúlio Vargas)
No Teatro Municipal do Rio de
Janeiro, acontece a primeira regência do maestro e compositor cearense Eleazar
de Carvalho (1912-1996). Em julho de 1943, fez sua estréia como regente, no
Teatro Municipal de São Paulo, que foi outro grande acontecimento destinado a
entrar para a história. Graças ao seu empenho e dedicação, Eleazar teria mais
tarde seu nome profundamente ligado ao Teatro Municipal de São Paulo, por
décadas.