Este é um material audiovisual produzido por professores do curso de História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) - Campus de Marechal Candido Rondon - para a semana de recepção aos calouros do curso. Vale frisar que o propósito maior do video foi o de abordar um tema histórico marcante no Brasil em 2014 - os 50 anos do Golpe de 1964 - através de uma leitura específica do período: aquela relacionada ao que se convencionou chamar de "música popular brasileira" (MPB), seus principais artistas e compositores, de modo a compreender um contexto histórico de produção da "música popular" no Brasil (em seus termos estéticos, políticos e/ou ideológicos), assim como pensar a música como elemento fundamental de reflexões sobre a história do país, seus avanços, impasses e dilemas.
Cartola - "Música para os olhos" (2006)
Esta é a história de Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola.
Um dos mais importantes compositores da música brasileira de todos os tempos, Cartola é o autor de obras-primas como "O Mundo é um Moinho", "As Rosas Não Falam", entre outras.
Os diretores Lírio Ferreira e Hilton Lacerda mostram a importância de Cartola para a música brasileira, traçando um emocionante painel do autêntico samba de origem e seus principais expoentes, com muitas informações históricas.
Um retrato de um homem que renasceu várias vezes.
Brasileirinho - Grandes Encontros do Choro
Brasileirinho é um filme documentário de 2005, um tributo ao choro, gênero musical brasileiro. O filme do cineasta e diretor finlandês Mika Kaurismaki foi uma das atrações da mostra do Festival de Berlim e lotou as quatro sessões, com gente sentada até nas escadas. Dentre os 4.000 filmes do festival, agradou tanto ao público que foi um dos seis selecionados para ser reexibido no final. O filme já foi vendido para quase 20 países, dentre eles França, Itália, Alemanha e Espanha.
As filmagens ocorreram entre 23 de abril e 13 de maio de 2004. - É o 2º documentário musical que aborda o Brasil dirigido por Mika Kaurismäki. O anterior foi Moro no Brasil (2002).
"Profissão: Músico"
Neste mundo pós-revolução MP3, onde o download acabou com as velhas e enferrujadas estruturas das grandes gravadoras, músicos desconhecidos estão conseguindo levar sua arte à lugares onde era impossível chegar até então.
O Projeto CCOMA e o cineasta colombiano Daniel Vargas, produziram este média metragem (45 minutos) entre outubro de 2009 e dezembro de 2010 com imagens realizadas no Brasil, Uruguai, Colômbia, Alemanha e Grécia e conta com depoimentos de músicos de rua da França e Inglaterra, Djs como Anderson Noise e Ravin, músicos como Edgar Scandurra, Fernando Catatau, Naná Vasconcelos, e Pedra Branca.
O filme acontece através da perspectiva do Projeto CCOMA, com a câmera na mão, perguntando aos outros músicos, DJs e produtores, como eles fazem sua vida e como levam sua profissão.
Agora, não basta só tocar. A profissão de músico mudou muito nos últimos anos. A internet trouxe o artista para perto do público e vice-versa, não importando mais se este músico vive em Londres ou no interior das montanhas do Sul do Brasil. O Faça Você Mesmo (DYI) é a forma revisitada para fazer-se conhecido num mundo digital.
O Projeto CCOMA e o cineasta colombiano Daniel Vargas, produziram este média metragem (45 minutos) entre outubro de 2009 e dezembro de 2010 com imagens realizadas no Brasil, Uruguai, Colômbia, Alemanha e Grécia e conta com depoimentos de músicos de rua da França e Inglaterra, Djs como Anderson Noise e Ravin, músicos como Edgar Scandurra, Fernando Catatau, Naná Vasconcelos, e Pedra Branca.
O filme acontece através da perspectiva do Projeto CCOMA, com a câmera na mão, perguntando aos outros músicos, DJs e produtores, como eles fazem sua vida e como levam sua profissão.
Agora, não basta só tocar. A profissão de músico mudou muito nos últimos anos. A internet trouxe o artista para perto do público e vice-versa, não importando mais se este músico vive em Londres ou no interior das montanhas do Sul do Brasil. O Faça Você Mesmo (DYI) é a forma revisitada para fazer-se conhecido num mundo digital.
Breve História da Educação Musical
Vídeo contendo parte da apresentação do e-SOM, de Jobert
Gaigher, sobre educação musical. Nesse trecho da apresentação, Jobert faz um
breve resumo da história da educação musical no Brasil, e seus principais
personagens, desde a chegada do Portugueses em 1500, até os dias atuais.
Documentos Diversos
Para atuarmos ativamente no campo das políticas publicas educacionais brasileiras, devemos buscar estabelecer estratégias reais que possam fortalecer a educação musical no país. Dessa forma disponibilizo abaixo documentos diversos relacionados à legislação educacional brasileira com o intuito de facilitar o acesso a diretrizes, resoluções e publicações diversas:
Turíbio Santos - Danças Concertantes
Danças Concertantes é uma Suíte para violão e orquestra, escrita por Turíbio Santos e arranjada por Leandro Carvalho. Em outubro de 2010, comemorando os 30 anos do início do curso de violão na UFRJ, Turíbio tocou sua Suite de Danças Concertantes, na Sala Leopoldo Miguez, com a Orquestra da Escola de Música, regida por Ernani Aguiar.
Neste vídeo Turíbio apresenta sua faceta de compositor ligado a Musica Popular explorando ritmos brasileiros como o Forró, o Carimbó, o Samba e o Frevo.
Neste mesmo ano, Turíbio também lançou o CD “Sonhos, ritmos e danças”, onde ele toca três obras com a Orquestra do Estado de Mato Grosso, sob a regência do maestro Leandro Carvalho. As obras são a Suite de Danças Concertantes, o Concerto para Violão e Orquestra de Villa-Lobos e o Concerto para violão e orquestra de Ricardo Tacuchian.
Villa-Lobos - "O índio de casaca" (1987)
Com direção de Roberto Feith e apresentação de Paulo José, a película resgata a biografia de Villa-Lobos. Depoimentos de Guerra Peixe, Arthur Rubinstein, Hermínio Bello de Carvalho, Tom Jobim, Andrés Segovia, Castro Filho, Ana Stella Schic, Mercedes Pequeno, Walter Burle Marx, Turíbio Santos, Vasco Mariz, Maria Augusta Machado, Henry Barraud, entre outros.
A Bossa Nova
Em 2008, o Brasil comemorou os 50 anos de Bossa Nova. A comemoração tomou por base o ano de 1958, em que foi lançado o disco de Elizeth Cardoso, em que João Gilberto fazia uma participação especial com a “Canção do Amor demais”. Pouco tempo depois, Gilberto lançaria o disco “Chega de Saudade”, com uma faixa do mesmo nome, que continha composições de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Esses dois lançamentos são marcos definitivos para o movimento da bossa, que já vinha tomando o ambiente carioca desde o início da década de 50.
Para ver o Infográfico do jornal Estadão que mostra as músicas, os personagens e as histórias de um gênero que ganhou o mundo a Bossa Nova.
A Evolução da Música Brasileira - ( VIII ) Final
A reeleição do ex-presidente
Fernando Collor de Mello para o Senado, pelo Estado de Alagoas, também causou
polêmica.
Durante a década também se
destacou por vários casos de corrupção, como o caso Waldomiro Diniz, o
"Mensalão", escândalos envolvendo José Sarney e a governadora do Rio
Grande do Sul, Yeda Crusius, sobre o DETRAN, e também o Escândalo do Mensalão
no Distrito Federal. A visita do Papa Bento XVI também marcou a década no
Brasil, além da descoberta de petróleo na camada pré-sal, da auto-suficiência
em petróleo e da produção de biocombustíveis. O Brasil ganhou destaque
internacional por condenar o golpe militar em Honduras em 2009 e por receber a
visita do polêmico presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que contesta a
versão oficial dos atentados de 11 de setembro e acusa os sionistas de manipular
números e fatos acerca do holocausto de judeus, para chantagear a Europa e
obter a criação do estado de Israel.
A década de 2000
No Brasil, o R&B americano e
o pop rock é dominante nas rádios populares das grandes cidades. Porém, existem
diversos movimentos populares que acabou popularizando novos ritmos ao longo da
década como o forró moderno e o funk carioca, além de diversos ritmos e
artistas estrangeiros virarem febre entre os jovens dentre eles está em
destaque o grupo Mexicano RBD que se tornou fenômeno entre jovens e
adolescentes entre 2005 e 2008 .
No começo da década artistas pop
como Kelly Key, Rouge, Br'oz e Latino e Luka atingiram seu auge, perdendo
posteriormente popularidade no meio para o fim da década.
Também no começo da década,
Marisa Monte lançou poucos trabalhos, 3 discos de estúdio que
atingiram a marca de 1,8 milhão no Brasil e fez parte do grupo Tribalistas
junto com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown que atingiram a marca de 1,5 milhão
no Brasil e no exterior atingiu 2,5 milhões. No final desta década Marisa
Monte atingiu a marca 5,85 milhões de CDs e DVDs vendidos no Brasil, e 10
milhões no mundo, sendo a cantora de MPB que mais vendeu.
Também no começo da década,
surgiu a grande revelação da década, Maria Rita, filha de Elis Regina, já no
primeiro disco, a mídia colocou como a grande revelação musical na década,
atigiu a marca de 1 milhão cópias vendidas no Brasil, lançou mais dois discos
durante a década, e ganhou seis Grammy Latino.
Também no começo da década, Kid
Abelha, o grupo Pop, que mais vendeu na década de 1980 e 1990, lançou apenas
três discos de estúdio, mais sua carreira chega no auge com Acústico
MTV, que foi gravado para comemora 20 anos de existência do grupo, e são o
único grupo a ter 20 singles em #1 lugar em todas rádios brasileiras.
Sandy & Junior, a maior dupla
Pop brasileira, foi a que mais vendeu na década de 1990 e 2000. E em 2006
atingiram a marca 15 milhões de álbuns vendidos só no Brasil, mas em 2007 se
separam com disco Acústico MTV. Sandy lançou o primeiro disco solo Manuscrito
que vendeu 50.000 cópias nas duas primeiras semanas de lançamento e foi disco
de ouro.
Os ritmos de sucesso no país no
fim da década de 1990 como o axé e o pagode deram espaço as novas tendências
como o funk carioca e o forró eletrônico.
Antigas bandas de pop, pop rock,
reggae e hardcore voltam/continuam a fazer sucesso como O Rappa, Skank, Jota
Quest e Charlie Brown Jr.
No início e meio da década
artistas de rock alternativo e pop rock faziam imenso sucesso no Brasil, como
Detonautas, Pitty, CPM 22 e Angra, posteriormente, bandas formadas no início
dos anos 2000 e final dos anos 1990 surgiram no final da década no topo das
paradas brasileiras como Fresno, NX Zero e Strike.
Outras bandas de Rock e do Pop
dos anos 80 também voltam a ter força como Capital Inicial, Ira!, Roupa Nova e
Biquini Cavadão.
No fim da década com a
popularização das raves, o psy trance e o tecno torna-se muito popular entre
adolescentes.
O Funk carioca volta a ser
popular durante toda a década, com artistas que fizeram sucesso no começo da
década como Bonde do Tigrão, Mc Serginho e DJ Marlboro, passando depois por MC
Leozinho e Tati Quebra-Barraco e mais recentemente com MC Créu, Gaiola das
Popozudas e as chamadas Mulheres Fruta, já no inicio da outra década já não
fazem mais sucesso.
O forró e o calipso sofreram um
enorme renovação trazendo letras com um conteúdo que atrai principalmente os
jovens e substituindo-se a tradicional sanfona por guitarras. O celeiro do forró
continua sendo o Ceará. Já no norte do país o destaque ficou com o estouro do
calípso, que se separou estilisticamente da lambada e tomou seu próprio rumo na
voz da cantora Joelma. As príncipais bandas foram Banda Calypso(calípso),
Cavaleiros do Forró(forró), Calcinha Preta(forró),e Aviões do Forró(forró).
O Axé que na década anterior
dominava as rádios de todo país, entrou em declínio, se restringindo a
Salvador, muitas vezes sendo substituído pela suingueira. Poucos artistas e
bandas antigas como Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Daniela Mercury e Asa
de Águia com uma vertente voltada mais pro Pop, ainda desfrutaram do sucesso
nacional.Cláudia Leitte que fazia parte do grupo Babado Novo, foi a única
grande revelação do axé nesta década.
Também no começo da década Daniela Mercury, a Rainha do Axé, que mais vendeu na década de 1990, resolveu
sair do torno do Axé para arriscar e lançar disco mesclado com a música
Eletrônica. Seu público fiel não gostou e começou o declínio de sua carreira, seus
dias de gloria ficaram no passado e ai seu posto de Rainha do Axé, foi
ocupado por Ivete Sangalo que chegou no auge da carreira, com disco MTV Ao
Vivo - Ivete Sangalo.
A chamada nova geração da MPB
também fez muito sucesso em toda a década, nomes como Jorge Vercilo, Ana
Carolina, Vanessa da Mata, Lenine e Maria Rita. Alguns nomes consagrados
conseguiram continuar a fazer sucesso como Zeca Pagodinho, Seu Jorge e Alcione.
A música Sertaneja continuou a
representar uma grande parte da música nacional, principalmente nas duplas como
Zezé di Camargo e Luciano, Bruno e Marrone e a já antiga mas que só
conseguiram explodir quase no final da década Victor & Léo e Luan
Santana com o sertanejo universitário.
A música religiosa tornou-se
popular também principalmente entre os cristãos como a música gospel com
artistas como Aline Barros, Kléber Lucas, Toque no altar, Regis Danese, Oficina
G3 e Diante do Trono e a música católica popular com artistas como Adriana, os
Padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo, e bandas como Anjos de Resgate
e Rosa de Saron.
Ivete Sangalo, Banda Calypso e
Padre Marcelo Rossi foram os artistas que mais fizeram sucesso na década, tanto
por Vendas, como por popularidade.
Fonte:
A Evolução da Música Brasileira - ( VII )
1994 – (o ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso lança o Plano Real)
Surge o movimento mangue beat. É
lançado o primeiro disco de Chico Science & Nação Zumbi, 'Da Lama Ao Caos',
da banda mais inovadora e uma das mais representativas – e a mais popular – do
movimento de Recife (Pernambuco). O disco é um marco no cenário pop da década.
A mídia nacional se rende ao fenômeno. A partir de então, de olho na novidade,
praticamente boa parte da produção pop da música brasileira começa a introduzir
e a se apropriar dos tradicionais tambores de maracatu e do jeito peculiar
hip-hop abrasileirado de Chico Science cantar. Outro grande expoente do
movimento é o jovem músico pernambucano Fred Zero Quatro e sua banda Mundo
Livre S/A. Junto com Chico, Fred é o autor do manifesto "Caranguejo Com
Cérebro".
1994 – (a moeda muda de cruzeiro real para real)
Surge o fenômeno internacional da
world music. O Brasil mais uma vez dá a resposta, voltando-se para a riqueza de
sua música nacional, redescobrindo os diversos sotaques da chamada música
regional de seus estados, principalmente os do Norte-Nordeste (redescobrindo a
Banda de Pífanos de Caruaru). A música brasileira recupera a sua energia
criativa. Isso refortalece os grandes nomes da MPB e do samba que se
preservaram durante os anos 80 e viram ídolos de uma nova geração como Gilberto
Gil (em 94), Paulinho da Viola (em 95), Zeca Pagodinho (em 97), Caetano Veloso
e Djavan (em 99). Grande parte do repertório tradicional esquecido da música
popular brasileira se torna clássico, possibilitando inúmeros trabalhos de releituras
– os chamados songbooks, principalmente através do trabalho pioneiro do músico
e produtor carioca Almir Chediak com o seu selo Lumiar.
1994 – (Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente da República)
Com uma repercussão internacional
simplesmente impressionante, no mês de dezembro, morre Antonio Carlos Jobim
(Tom Jobim), num hospital em NovaYork, aos 67 anos. Além de ser um dos
criadores da bossa nova, é considerado um dos maiores compositores do século ao
lado de Heitor Villa-Lobos, George Gershwin, Cole Porter e Irving Berlin. A
importância de sua obra musical é tamanha que, no mundo todo, não há um músico
de jazz sequer que não tenha em seu repertório alguns de seus temas, sob o
risco de não ser considerado de primeira linha. Tanto assim que, no começo de
95, o amigo e prestigiado saxofonista norte-americano de jazz Joe Henderson
lançou um álbum interpretando exclusivamente os maiores sucessos do maestro.
1995 – (surge o PPB (Partido Progressista Brasileiro), criado com a fusão do PPR (Partido Progressista Reformador)
Uma geração intermediária mais
jovem de cantoras de MPB vive o seu momento máximo de afirmação, como Marisa
Monte, Zizi Possi, Cássia Eller, Fernanda Abreu, Marina Lima, Leila Pinheiro,
Paula Toller, Zélia Duncan, Ná Ozzetti, Vânia Bastos, Mônica Salmaso e outras.
1996 – (começa a discussão das arrastadas reformas constitucionais)
O Brasil é oficialmente o sexto
maior mercado fonográfico em vendas do mundo. 80% do consumo de CDs e do que se
toca nas rádios é de música brasileira, invertendo o cenário predominante dos
anos 80, em que a música pop norte-americana com Madonna, Michael Jackson e
outros vendiam mais do que a música nacional.
1996 – (fim do monopólio do petróleo, telecomunicações e gás canalizado)
No cenário da música pop
brasileira atual, depois da morte de Cazuza, nenhum outro fato dessa natureza
chocaria tanto o país quanto a morte de Renato Russo, também pelos sintomas da
AIDS. Renato Manfredini Júnior nasceu no dia 27 de março de 1960 e adotou
artisticamente o sobrenome inspirado no filósofo francês Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778). Renato foi o líder da banda Legião Urbana, o mais importante grupo
de rock dos anos 80. Muito intelectualizado e um dos mais brilhantes letristas
de sua geração, Renato ainda lançou alguns trabalhos solos como The Stonewall
Celebration Concert (1993), em inglês; Equilíbrio Distante (1995), em italiano,
e o CD póstumo O Último Solo, lançado em 1997.
1997 – (campanha para aprovação da emenda que permite reeleição de cargos executivos)
Afirma-se mais uma brilhante
geração intermediária de novos nomes na música popular brasileira, de
diferentes regiões e com algumas novas propostas de fusões da música Nordestina
e folclórica, com a do Sul-Sudeste e a do mundo pop internacional. Nomes como
Carlinhos Brown (BA), Arnaldo Antunes (SP), Chico César (PB), Zeca Baleiro
(MA), Lenine (PE), Rita Ribeiro (MA), Paulinho Moska (RJ), Pedro Luís e A
Parede (RJ), e outros.
1997 – (polêmica privatização da Companhia Vale do Rio Doce)
Morre Chico Science (PE), compositor
e cantor, o principal fundador do movimento mangue beat e um dos criadores do
manifesto "Caranguejos com Cérebro". Francisco de Assis França nasceu
em Recife, Pernambuco, no dia 13 de março de 1966. Quando menino, pescava
caranguejos no mangue para vender. Freqüentava bailes funk da região. Trabalhou
numa empresa de informática em Recife. Em 1991, formou a revolucionária banda
Chico Science & Nação Zumbi. Em 1994, lançou o primeiro CD do grupo Da Lama
Ao Caos. Em 1996, lançou o segundo disco da banda Afrociberdelia. Chico morreu
num acidente automobilístico. Sua morte também teve um impacto internacional,
sendo que ele e seu grupo estavam no melhor momento de uma bem-sucedida
carreira na Europa e Estados Unidos.
1997 – (propaganda da estabilidade econômica no país)
Depois de mais de 10 anos de um
movimento praticamente marginalizado pela mídia, o rap atinge firmemente
setores da classe média. Nesse movimento hip-hop (com o grafite e a
breakdance), destacam-se tanto artistas de classe média alta como Gabriel, O
Pensador, quanto grupos vindos das violentas periferias das grandes cidades
como Racionais MCs (SP) – o maior fenômeno do mercado independente com mais de
1 milhão de CDs vendidos –, Pavilhão 9 (SP), Faces do Subúrbio (PE), Planet
Hemp (Rio), Nocaute (RJ), Detentos do Rap (da penitenciária do Carandiru, em
São Paulo), Câmbio Negro (DF), Da Guedes (RS), Xis & Dentinho (SP), Marcelo
D2 (Planet Hemp) – com contundentes críticas sociais. Boa parte da MPB e da
música pop brasileira incorpora traços do rap em seus repertórios.
1997 – (campanha para atrair investimentos estrangeiros no país)
Quase no final da segunda metade
dos anos 90, presencia-se uma certa corrida à chamada música pop eletrônica em
alguns setores da música pop nacional, mas novamente mais como efeito de
arranjos musicais, uma vez que o gênero tecno não admite vocal. Destacamos
alguns nomes da chamada nova geração de produtores e performers de música
eletrônica brasileira como os Friendtronics, Xerxes, Mau Mau, M4J, Marky,
Tetine, X-Action, Lourenço Loop B, Ramilson Maia, Gismonti André, Fábio
Almeida, Camilo Rocha e outros. À exemplo do que ocorre nas grande capitais do
mundo há dez anos, o Brasil começa a viver o auge do culto aos DJs, que
produzem as grandes festas ao ar livre chamadas de 'raves', ou em casas
noturnas, e lançam CDs com remixagens e temas de suas preferências. A remixagem
(o remix) é uma das manifestações mais modernas do momento.
1998 – (Fernando Henrique Cardoso é reeleito presidente da República)
Ao recuperar-se de sérias
complicações de saúde com diabete, Milton Nascimento, merecidamente, ganha o
prestigiado Prêmio Grammy na categoria World Music por seu disco Nascimento
(WEA), em 25 de fevereiro.
1998 – (eleição de governadores, deputados estaduais e federais)
Depois de cinco anos de ausência
do cenário musical, e sem lançar músicas inéditas num único álbum, Chico
Buarque retorna com o lançamento do bem-recebido CD Cidades.
1998 – (grave crise financeira coloca o Real em cheque)
A música brasileira perde Tim
Maia, um dos criadores e mestre da soul music tipicamente brasileira e um dos
reis da nossa pop music. Gravemente hospitalizado desde o domingo do dia 8 de
Março, o cantor e compositor Tim Maia faleceria no outro domingo, dia 16 de
março, no Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói, Rio de Janeiro, às
13h03. Sebastião Rodrigues Maia, o Tim, tinha apenas 55 anos, pesava 140
quilos. Alguns de seus maiores sucessos como "Não Quero Dinheiro (Só Quero
Amar)", "Gostava Tanto de Você" ou "Me Dê Motivo".
Tim, que lançou Roberto e Erasmo Carlos (a quem ensinou a tocar violão), e que
começou a fazer muito sucesso nos anos 70, caiu num certo esquecimento nos 80,
e começava a crescer novamente nos anos 90.
1998 – (privatização das companhias telefônicas)
Inesperadamente, o país é tomado
de assalto pelo estranho fenômeno dos padres carismáticos cantores. O padre
Marcelo Rossi lança o seu primeiro CD de canções e coreografias religiosas,
atingindo a impressionante marca dos 3 milhões de exemplares vendidos.
Aproveitando a oportunidade de mercado, outros padres viriam à reboque explorar
o novo filão populista.
1998 – (um terço do Senado é renovado) –
Caetano Veloso consegue uma
façanha jamais realizada em toda sua longa bem-sucedida mas, muitas vezes,
atribulada carreira. Grava a música "Sozinho", de Peninha, no CD ao
vivo Prenda Minha, e vende 1 milhão e meio de CDs e é o mais tocado nas rádios
de todo o país, de Maio a Julho.
1999 – (o Real é desvalorizado e o Brasil é tido como 'a bola da vez')
Gilberto Gil recebe o Grammy para
o Brasil, na cada vez mais importante categoria World Music, para o seu disco
ao vivo 'Quanta Gente Veio Ver', de 1998 (WEA), em inglês, 'Quanta Live'. Na
verdade, Gil estava torcendo mesmo para a sua amiga, a cantora caboverdiana
Cesária Évora. O Grammy é o Oscar da indústria fonográfica norte-americana, a
Academia de Artes e Ciências da Gravação dos EUA, transmitido por TV para 1,5
bilhão de pessoas, em 180 países.
1999 – (o país é tomado por escândalos de corrupção dos altos escalões executivos e aberturas de CPIs)
Através de David Byrne, seu selo Luaka Bop, e o músico pop
norte-americano Beck, os Estados Unidos interessam-se pela Tropicália através
da coletânea The Best of Os Mutantes – Everything is Possible, com grande
repercussão na imprensa internacional. Byrne afirma que a música brasileira
deve crescer nos Estados Unidos. A imprensa americana e inglesa dedicam
extensas matérias sobre um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil,
ocorrido há mais de 30 anos atrás. Com isso, recobra-se também o interesse pelo
músico Arnaldo Dias Baptista – o mais importante dos Mutantes – com muitas
matérias a seu respeito e um CD intitulado 'Arnaldo Dias Baptista – Revisitado
Novamente', lançado pelo selo Dabliu.
A Evolução da Música Brasileira - ( VI )
1968 – (os militares aumentam as ações repressivas no país)
Em São Paulo, institucionaliza-se
oficialmente os desfiles das escolas de samba.
1970-75 – (época do governo do General Ernesto Geisel)
Passado o fenômeno do rock'n'roll
dos anos 60, e graças à bossa nova, jovem guarda e tropicália, estabelecem-se
os grandes nomes de uma chamada MPB mais moderna com Caetano Veloso, Gilberto
Gil, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Vinícius de Moraes, Toquinho,
Elis Regina, Milton Nascimento e outros. A maior parte deste segmento permanece
em evidência.
1970 – (uma junta militar comanda o país)
No começo dos anos 70, surge
também uma importante geração intermediária de novos nomes da MPB que
continuariam a fazer trabalhos de renovação da música popular brasileira
durante o começo do século XXI, tais como Djavan, Fafá de Belém, Fagner,
Belchior, Alceu Valença, Zé Ramalho, Morais Moreira, Baby Consuelo (atual Baby
do Brasil), Pepeu Gomes, Elba Ramalho, e outros.
1970 – (época do período mais brutal da ditadura militar)
O início da década marca o
amadurecimento da carreira da cantora gaúcha Elis Regina (1945-1982) – uma das
maiores intérpretes brasileiras de todas as épocas. Depois de uma bem-sucedida
apresentação na América Latina e Europa, Elis grava e passa a lançar uma série
de músicas de grandes compositores-cantores até então desconhecidos,
revelando-os nacionalmente, como Ivan Lins (com "Madalena", em 1970);
João Bosco e Aldir Blanco (com "O Caçador de Esmeraldas" [1973],
"Mestre-salas dos Mares" e "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá"
[1974]); Belchior, no show Falso Brilhante, de 1975, (com "Como Nossos
Pais" e "Velha Roupa Colorida"); e Renato Teixeira (com
"Romaria", em 1977).
1970 – (censura à imprensa, combate aos movimentos estudantis e sindicalistas)
No começo da década, surge no Rio
de Janeiro um fenômeno que se caracterizaria como tipicamente carioca – os
bailes funk. Os primeiros bailes aconteciam no Canecão, na Zona Sul, sempre aos
domingos. Os "bailes da pesada", como eram conhecidos, foram
espalhando-se para os clubes do subúrbio. Ouve-se James Brown ("Sex Machine", "Get On The Good
Food", "Soul Power"), Kool and The Gang, Wilson Pickett e
outros. Com a proliferação de uma multidão de dançarinos populares
adeptos do movimento, trajados com roupas black de ocasião, cabelos afro,
sapatos plataforma coloridos, surgiram as equipes como Soul Grand Prix, Black
Power, Dynamic Soul, Furacão 2000, União Black. Surgem importantes nomes da
funk music carioca como Gerson King Combo, Tony Tornado, Tim Maia, Sandra Sá,
Cassiano, Robson Jorge, Rosa Maria e outros. O movimento espalha-se pelo país,
com a Chic Show, em São Paulo; a Black Porto (RS) e a Black Uaí!, em Belo
Horizonte. Mesmo à revelia da imprensa, os bailes funk do subúrbios cariocas
entrariam em 2000 muito populares, mas já com grande influência da música e
roupas hip-hop. Os cariocas proporcionam o funk melody, com batida mais rápida
e semelhante ao rap; e o charme, um funk pós-disco mais sofisticado que a assim
chamada 'estética do barulho' presente no hip-hop (rap).
1971 – (o 'milagre econômico' endossa o endurecimento militar e político)
A hora e a vez dos mineiros. Com
a música "Clube da Esquina", de autoria de Milton Nascimento com Lô
Borges e Márcio Borges, inaugura-se o movimento de uma nova música mineira que
revigoraria a canção popular brasileira do começo da década. Em torno de Milton
Nascimento, e a partir de sua proposta, em 1972, ele lutaria por lançar um
álbum duplo com praticamente todos os seus amigos e parceiros mineiros,
incluindo o seu maior companheiro musical, o letrista Fernando Brant. Assim é
lançado o álbum Clube da Esquina 2 – o nome já deixa bem claro a proposta
fechada do grupo e de como eles se consideravam. Com o enorme sucesso de vendas
do disco, Milton Nascimento torna-se definitivamente um êxito comercial e todos
os seus amigos mineiros também. Dentre o seleto grupo citamos Lô Borges,
Tavinho Moura, Márcio Borges, Wagner Tiso (e seu grupo Som Imaginário), Ronaldo
Bastos e Beto Guedes. Cada um, individualmente, atingiria carreira de sucesso
com discos e shows dentro e fora do Brasil. A música mineira é a grande
sensação do momento.
1972 – (época dos centros de tortura ligados ao DOI-Codi)
Nos primeiros anos da década,
acontece um surto de uma produção musical popular de cunho nacionalista, de
exaltação das belezas naturais do país e da idéia básica de que "Deus é
brasileiro" – muito ao gosto do ainda período militar –, numa tentativa
quase ufanista de direita representada principalmente pela dupla Dom &
Ravel com a música "Só O Amor Constrói", de 1971, e outro grande
sucesso que Dom (Domingos Leoni) compôs (em 1970) para o então popular grupo de
rock Os Incríveis – "Eu Te Amo Meu Brasil". Aproveitando a grande
repercussão desses tipos de canções, Os Incríveis ainda gravariam (em 1971) um
compacto simples com o "Hino Nacional" (Música de Francisco Manoel da
Silva e letra de Osório Duque Estrada, adaptação vocal de Alberto Nepomuceno) e
o "Hino da Independência do Brasil" (música de Dom Pedro I e letra de
Evaristo Ferreira da Veiga).
1973 – (época de projetos faraônicos como a inútil rodovia Transamazônica)
É o apogeu da carreira de Raul
Seixas (1945-1989) – o maior roqueiro da história da música pop brasileira.
Tendo começado profissionalmente dois
anos antes, foi somente em 1973 que ele consegue o seu primeiro grande sucesso
com "Ouro de Tolo", incluída em seu primeiro LP solo Krig-há,
Bandolo!. No mesmo ano, viriam outros hits como "Metamorfose
Ambulante", "Mosca na Sopa", e "Al Capone" (com Paulo
Coelho). Sua carreira se consolidaria com os três álbuns – Gitá (1974), Novo
Aeon (1975) e Há Dez Mil Anos Atrás (1976). Outros grandes sucessos de Raul
Seixas são: "Como Vovó Já Dizia" (com Paulo Coelho, em 1975),
"Rock das Aranha" (em 1980) e "Cowboy Fora da Lei" (em
1987). Desfrutando de um dos maiores públicos da história da música popular
brasileira, Raul foi o primeiro artista nacional a ter um disco organizado e
lançado por um fã-clube, a coletânea de gravações raras 'Let Me Sing My
Rock-and-roll', de 1985. Com o passar dos anos, sua importância e influência na
música brasileira só se fariam aumentar.
1974 – (depois de Emílio Garrastazu Medici, o general Ernesto Geisel assume a presidência da república)
Época áurea de uma nova geração
de grupos de rock brasileiros de variadas tendências como O Terço, de
influências do rock progressivo com o guitarrista Sérgio Hinds como seu líder –
que desembocaria no 14 Bis; do Joelho de Porco, com o seu som pré-punk
anarquista cômico formado pelo popular baixista Tico Terpins; o Moto Perpétuo,
formado pelo cantor e compositor Guilherme Arantes; o Casa das Máquinas,
formado por Netinho, ex-Incríveis, o Som Nosso de Cada Dia; e o lendário Made
In Brasil, formado por Oswaldo Vecchione e seu irmão Celso Vecchione, talvez o
mais popular e roqueiro da época, dentre outros mais. Destaque para os Secos
& Molhados (com Ney Matogrosso), o mais criativo grupo da década a misturar
pop-rock com música brasileira, portuguesa e outras influências – sua curta
duração (1971-74) atingiu grande sucesso nacional.
1975 – (o jornalista Vladimir Herzog é assassinado numa cela do DOI-Codi)
A década também foi marcada por
uma curiosa produção de música tipicamente norte-americana (no Brasil!)
produzida por músicos brasileiros que adotaram nomes americanizados. Desde o
grupo paulistano Pholhas (da Móoca) que cantava em inglês e português, ao grupo
Light Reflections com o grande sucesso "Tell Me Once Again", que
depois viraria comicamente "Telma Eu Não Sou Gay", com Ney
Matogrosso; Tony Stevens (o Jessé) com os sucessos "Flying" e
"If I Could Remember"; Christian (da dupla sertaneja Christian &
Ralf) com o hit "Don't Say Goodbye"; o próprio Ralf, da mesma dupla,
com o nome de Dom Elliot; Paul Bryan (Sérgio Sá) com "Listen"; a
banda Lee Jackson, com "Hey Girl", grupo formado por músicos que hoje
ocupam lugares de direção executiva em algumas grandes gravadoras no Brasil; o
grupo Sunday, de Hélio Eduardo Costa Manso, com "I'm Gonna Get
Married"; Fábio Jr., que adotou dois nomes americanos, Mark Davies e,
depois, Uncle Jack, cantando "Don't Let Me Cry"; o grupo feminino
Harmonie Cats, e até a cantora dançarina Gretchen, que começou cantando em
inglês.
1975 – (a classe média e a igreja se insurgem contra a ditadura militar)
Paulinho da Viola, um dos maiores
novos sambistas da época, e um dos poucos e mais importantes defensores do já
esquecido choro, participa – junto com outros compositores e críticos – da
criação do Clube do Choro, no Rio de Janeiro.
1980-87 – (início da época da presidência do general carioca João Baptista de Oliveira Figueiredo)
Em busca de novas alternativas musicais como
resposta à já institucionalizada MPB, parte da elite da juventude brasileira de
classe média provoca uma nova onda de rock e pop apoiada no movimento pós-punk
new wave, que domina totalmente o cenário musical nacional com um forte
movimento underground central deflagrado a partir de São Paulo. Os pioneiros
paulistanos desse importante movimento de negação pura da tradicional música
popular brasileira foram Júlio Barroso e sua Gang 90, a primeira banda new wave
brasileira Agentss, Verminose (de Kid Vinil) e Azul 29. Daí, surgem Titãs,
Paralamas do Sucesso, Legião Urbana (Renato Russo), Barão Vermelho (Cazuza e
Frejat), RPM (Paulo Ricardo), Ultraje a Rigor, Kid Abelha, Engenheiros do
Hawaii, Lobão, Biquini Cavadão, Ratos de Porão (João Gordo), Inocentes e
outros. A proposta do movimento se esgotaria coincidindo com a projeção
internacional da banda brasileira de hardcore Sepultura.
1980 – (o crescimento da oposição acelera a abertura política)
Apesar do blues sempre ter sido
muito mais absorvido pelos músicos brasileiros diretamente através do
rhythm'n'blues pelas bandas de rock dos anos 60, o Brasil nunca se caracterizou
por um forte cenário ou movimento de blues, apesar de ter um bom público
consumidor. Dos anos 80 até 99, podemos destacar os maiores nomes do blues como
Nuno Mindelis, André Christovam, Celso Blues Boy, e as bandas Blues Etílicos e
Big Allambik.
1984-90 – (cresce o movimento pelas eleições diretas para Presidência da República, em 84)
Antecedendo o surgimento da axé
music, a lambada baiana torna-se um dos mais populares estilos de dança
brasileira atual a misturar samba, maxixe e dança erótica. O maior sucesso é do
grupo Kaoma com "Lambada", uma versão do tema latino "Llorando
Se Fue", do grupo Los Kjarkas. Por falta de substância musical e limitação
coreográfica, o gênero tem breve período, mas provoca uma onda de escolas
temporárias da dança por todo o país. O sucesso internacional, quase que
exclusivamente na Europa, é quase maior do que o atingido no próprio Brasil
devido ao seu apelo exótico tipo-exportação. Tanto assim que dois filmes
norte-americanos foram realizados, em 1990, mas muito mal recebidos pela
crítica internacional – foram eles "A Dança Proibida" (The Forbidden
Dance, de Greydon Clark) e "Lambada", de Joel Silberg.
1984 – (grandes comícios em todo o país pelas 'Diretas Já')
No Rio de Janeiro, aposentando
definitivamente a tradicional Av. Presidente Vargas como passarela dos desfiles
das escolas de samba, é inaugurada a Passarela do Samba, na Av. Marques de
Sapucaí, o Sambódromo carioca, pelo projeto do arquiteto Oscar Niemeyer.
1985 – (Tancredo Neves é eleito presidente da República pelo Colégio Eleitoral)
Ainda no bojo da grande década do
rock brasileiro, na segunda metade desse período, surge na capital de São
Paulo, e pela primeira vez em toda América Latina, a grande novidade
norte-americana do movimento hip hop com o rap, grafite e a breakdance,
inicialmente comandada pelo pioneiro rapper brasileiro Thaide, seu parceiro DJ
Hum e o DJ simpatizante Theo Werneck. A partir daí, com a aceitação gradual do
novo movimento pela mídia, o hip hop cresceria firmemente em importância e
novos nomes, atingindo um de seus apogeus nos anos 90.
1985 – (com a morte de Tancredo Neves, José Sarney assume a presidência)
A música "Fricote", do
baiano Luiz Caldas, inaugura oficialmente o movimento axé music. O primeiro
sucesso vem com "Eu Sou Negão", de Jerônimo, em 1986. Mas o primeiro
fenômeno de vendas, que lança nacionalmente a axé music, acontece com o bloco
afro-baiano Reflexu's, em 1987, com a música "Madagascar Olodum", que
vendeu 750.000 cópias. A axé music é caracterizada pelo forte uso da percussão
baiana como o repique, timbau e surdos. Em geral, as letras falam da
sensualidade do corpo, do requebrar dos quadris e de danças, cheias de ironia e
segundo sentido. O novo gênero viveria o seu apogeu até a segunda metade dos
anos 90, quando começaria o seu declínio natural de acomodação. Os principais
nomes são Asa de Águia, Chiclete com Banana, Daniela Mercury, Banda Eva, É O
Tchan, Netinho e outros. Pela primeira vez na história da música brasileira
quebra-se a hegemonia São Paulo-Rio.
1990 – (o presidente Fernando Collor de Mello, eleito pelo povo, lança o terrível Plano Collor, de confisco de poupanças populares)
7 de julho. Morre Cazuza, um dos
maiores ídolos pop da atualidade e um dos melhores cantores, compositores e
letristas da história da música pop brasileira. Nascido em 4 de abril de 1958,
Agenor de Miranda Araujo Neto adotou o apelido Cazuza em homenagem ao avô
paterno – em Pernambuco, 'cazuza' significa molequinho. Trabalhou como ator no
grupo Asdrubal Trouxe o Trombone, e foi apresentado por Leo Jaime ao grupo
Barão Vermelho, que procurava um vocalista. Em 1985, deixou o grupo para seguir
uma bem-sucedida carreira-solo. Seus maiores sucessos são "Exagerado",
"Codinome Beija-Flor", "Faz Parte do Meu Show", "Bete
Balanço", "O Tempo Não Pára", "Ideologia",
"Brasil", "Só As Mães São Felizes" e outros mais. Foi o
primeiro artista brasileira a tornar público que estava com AIDS.
1990 – (a inflação chega à casa dos 80% por mês)
Em 20 de outubro, começa
oficialmente as transmissões da MTV Brasil, importante emissora pop de marca
internacional que passa a representar o segmento jovem da música mundial e da
música brasileira através de seus consagrados formatos videoclipes. A partir de
Março de 1999, a MTV Brasil passaria a dedicar boa parte de sua programação
televisiva, principalmente em sua grade das 22h, à música popular brasileira –
além do pop-rock – como o pagode, axé music e a tradicional MPB. A partir de
1996, a MTV Brasil instituiria a maior premiação anual de videoclipes no país
através do Vídeo Music Brasil.
1992 – (Pedro Collor, irmão do presidente Fernando Collor denuncia o 'esquema PC' de tráfico de influências e irregularidades financeiras)
Com o enfraquecimento e
desarticulação do movimento pop-rock brasileiro e internacional do fim dos anos
80, surgem renovadas categorias musicais de forte apelo popular que predominam
por toda a década no Brasil – como o dolente samba-pagode, a carnavalesca axé
music e a nova música sertaneja de sotaque country americano – nessa ordem. Do
pagode destacam-se os grupos Fundo de Quintal (tido como o criador do novo
gênero), Raça Negra, Só Pra Contrariar, Art Popular, Katinguele, Negritude Jr.
e centenas de outros. Da axé music, os mencionados no verbete aqui citado de
1985. Da nova música sertaneja, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo e
Luciano, Leandro e Leonardo, Daniel, Sandy & Junior, Gian & Giovanni,
Christian & Ralf, e outros.
1993 – (plebiscito mantém o sistema de regime republicano e presidencialista)
O formato CD começa a suplantar o
vinil em vendas. O ainda grande mercado de fitas cassetes existente no país é
praticamente de controle total da pirataria. A partir de 1997, a produção de
vinil é extinta, com as matrizes produtoras do velho formato sendo vendidas a
outros países como à Argentina e Inglaterra. Por essa época, o Brasil começa a
enfrentar uma forte e muito bem estruturada pirataria de CDs, vinda
principalmente da Ásia e Paraguai, até então ignorada no país.
1993 – (Fernando Collor é afastado da presidência por impeachment e Itamar Franco assume interinamente)
Surge uma nova geração de bandas
de rock dos anos 90 como o Pato Fu, Skank, Raimundos, O Rappa, Jota Quest, o
polêmico Planet Hemp, o grupo soul Fat Family, a dupla carioca Claudinho &
Buchecha e demais. Há espaço para ritmos africanos, latinos e jamaicanos – como
o reggae e o ska, que dão a base para grupos como Cidade Negra, Tribo de Jah,
ex-Nativus e outros.
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